Ministros dos BRICS juntos no Brasil pelo multilateralismo e contra tarifas

Os ministros dos Negócios Estrangeiros do BRICS reúnem-se a partir de segunda-feira no Rio de Janeiro numa defesa do multilateralismo, em contraponto com as tarifas unilaterais impostas pelos Estados Unidos, disse hoje a diplomacia brasileira.

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Lusa
26/04/2025 18:13 ‧ há 8 horas por Lusa

Economia

BRICS

Os ministros vão enfatizar a "crítica a medidas unilaterais" sejam quais forem as suas origens, frisou o secretário de Assuntos Económicos e Financeiros do Ministério das Relações Exteriores, o embaixador Mauricio Carvalho Lyro, em conferência de imprensa de antevisão das reuniões que vão decorrer entre segunda e terça-feira na 'cidade maravilhosa'.

 

O responsável máximo do Brasil no BRICS, país que este ano assume a presidência do grupo dos países emergentes, sublinhou que um dos propósitos da reunião "é reafirmar o compromisso com o multilateralismo".

A guerra comercial ganhou contornos mais graves após o anuncio do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que iria impor tarifas à China, um dos membros fundadores dos BRICS [Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul].

A declaração final da reunião deverá enfatizar o compromisso contra medidas unilaterais e a preservação dos regimes multilaterais como a Organização Mundial do Comércio (OMC) e a reafirmação do compromisso com o Acordo de Paris, uma tema caro para o Brasil já que alberga a maior floresta tropical do mundo e que este ano acolhe em novembro a Conferência das Nações Unidas para o Clima (COP30).

Outro dos pontos principais da reunião, para além do fortalecimento das posições do chamado sul global, será a defesa da reforma da governança global, nomeadamente no Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Uma reforma "mais inclusiva", com "maior representatividade e mais afetiva", que "precisa de ser atualizada para dar conta dos desafios no mundo", disse o diplomata do Brasil, país que desde a presidência do G20 em 2024 que vê neste tema uma das suas grandes prioridades diplomáticas.

Por isso, os ministros vão "trabalhar por uma governança mais representativa dos países do sul global", enfatizou.

Outro dos temas a serem discutidos é o fortalecimento dos regimes de paz e segurança.

Sem mencionar o nome da Rússia, país que também pertence aos BRICS, Mauricio Carvalho Lyro sublinhou existirem países dentro do grupo "direta, ou indiretamente" envolvidos em conflitos.

O fórum BRICS foi fundado pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, e inclui agora o Egito, os Emirados Árabes Unidos, a Etiópia, o Irão e a Indonésia, bem como a Arábia Saudita, que foi convidada mas ainda não confirmou a sua adesão.

Além disso, na terça-feira, deverão participar os ministros dos Negócios Estrangeiros dos países parceiros - Bielorrússia, Bolívia, Cuba, Cazaquistão, Malásia, Nigéria, Tailândia Uganda e Uzbequistão.

A reunião ministerial no Rio de Janeiro terminará com a assinatura de um documento, que será depois discutido na cimeira que os chefes de Estado e de Governo dos BRICS realizam a 06 e 07 de julho no Rio de Janeiro.

O Brasil assumiu a 01 de janeiro a presidência anual dos BRICS e o combate contra as alterações climáticas, a utilização de moedas locais, a inteligência artificial e o reforço na integração dos novos membros são prioridades.

O Brasil sucedeu à Rússia na presidência dos BRICS, termo criado por um analista da Goldman Sachs sobre economias emergentes, e fundado em 2006 por Brasil, Rússia, Índia e China, juntando-se a África do Sul, em 2011.

O bloco representa mais de 40% da população global e mais de 35% do PIB mundial.

Leia Também: Tarifas? BRICS juntos contra barreias comerciais agropecuárias

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