"Estamos a funcionar muito bem [na CGTP], apesar do confinamento, pois temos planos de contingência, mas sinto muito a falta dos contactos diretos com os trabalhadores, nas ações de rua e nos locais de trabalho", disse Isabel Camarinha em entrevista à agência Lusa.
Isabel Camarinha foi eleita secretária-geral da Intersindical em 15 de fevereiro, no último congresso da central sindical, mas está a ter um início de mandato diferente do que seria de esperar devido aos constrangimentos causados pela pandemia da covid-19.
Nas primeiras semanas de liderança da Inter, até 08 de março, a sindicalista participou em muitas ações de protesto com trabalhadores de vários setores, iniciativas que foram interrompidas devidos às medidas de combate à propagação da pandemia.
Desde então, Isabel Camarinha tem-se desdobrado em reuniões presenciais ou à distância com membros do Governo, com os restantes parceiros sociais, com partidos políticos ou com os seus colegas de direção.
"Hoje a ligação aos trabalhadores é feita de outra forma, dando voz aos seus problemas e às suas necessidades e apresentando propostas para defender os seus direitos", afirmou à Lusa.
A sindicalista espera que a partir de maio, com o previsível alívio das medidas de confinamento, seja possível retomar alguma da atividade sindical de proximidade aos trabalhadores.
Apesar da situação atual ser "completamente inesperada", Isabel Camarinha considerou que a CGTP continua a funcionar, enquanto coletivo, mesmo com as regras de confinamento, com dirigentes sindicais em permanência na sede e outros à distância, que vão definindo as orientações a seguir.
"Não estou a ter uma experiência de normalidade, mas temos todos feito um esforço de coordenação e sobretudo temos tentado, com firmeza e determinação, defender os interesses e direitos dos trabalhadores", disse.