Covid-19. Ryanair não retoma voos se tiver de deixar lugares vazios

O presidente da Ryanair avisou hoje que a companhia aérea irlandesa de baixo custo não retomará os voos se for necessário deixar assentos no meio da fila vazios para manter as distâncias de segurança por causa da covid-19.

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Lusa
23/04/2020 10:13 ‧ 23/04/2020 por Lusa

Economia

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Numa entrevista ao Financial Times, Michael O'Leary disse que já avisou o governo irlandês de que, se planear introduzir tais regras, "ou paga pelo assento do meio" ou a companhia não voará, sublinhando: "não podemos ganhar dinheiro com uma taxa de ocupação de 66%".

Segundo o responsável, deixar os assentos do meio desocupados não garante distância suficiente e "é uma ideia idiota que não leva a nada".

A companhia aérea de baixo custo, que tem 99% dos aviões imobilizados devido à quase total interrupção do tráfego aéreo por causa da pandemia de covid-19, já tinha alertado no início de abril que os seus lucros estariam abaixo das expectativas para o exercício anual até final de março, o que inclui apenas o início das perturbações relacionadas com o novo coronavírus.

Ryanair estava em boas condições financeiras, sem dívidas e com uma tesouraria confortável, mas agora o setor da aviação está a passar por uma enorme crise, com o tráfego global paralisado por causa das medidas de contenção e controle da covid-19, a doença provocada pelo novo coronavírus.

Esta posição do presidente da Ryanair surge depois de a companhia aérea EasyJet ter admitido na semana passada a possibilidade de deixar os assentos do meio vazios numa fase inicial de retoma de voos.

EasyJet, concorrente da Ryanair, tinha garantido dinheiro suficiente para uma imobilização, mesmo que durasse nove meses, o que lhe custaria três mil milhões de libras em liquidez.

Para tal, a companhia obteve dois mil milhões de libras de financiamento, incluindo um empréstimo de 600 milhões de libras do Tesouro e do Banco da Inglaterra como parte do fundo de emergência para fazer face aos efeitos do novo coronavírus.

Por seu lado, a British Airways decidiu colocar a maioria dos seus trabalhadores em lay-off e o fundador da Virgin Atlantic, Richard Branson, pediu ao governo que ajudasse a empresa, que poderia falir.

pandemia de covid-19 pode reduzir o número de passageiros no céu em 1,2 mil milhões até setembro, em comparação com o ano tradicional, segundo revelou na quarta-feira a Organização Internacional de Aviação Civil.

O novo coronavírus já infetou mais de 2,6 milhões de pessoas em todo omundo e provocou mais de 181 mil mortos.

Mais de 593.500 doentes foram considerados curados pelas autoridades de saúde.

 

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