Retalho quer fazer parte do "primeiro movimento de abertura gradual"

A presidente da Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição (APED), Isabel Barros, defendeu hoje, em declarações à Lusa, que o retalho especializado deve fazer parte do "primeiro movimento de abertura gradual" da economia.

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Lusa
24/04/2020 14:34 ‧ 24/04/2020 por Lusa

Economia

Covid-19

"Queremos fazer parte deste primeiro movimento de abertura gradual e responsável" da economia, na sequência do alívio das restrições impostas devido à pandemia de covid-19, salientou a responsável.

Considerando que o relançamento económico "será gradual", Isabel Barros sublinhou que o retalho especializado -- que inclui cadeias de têxtil, calçado, desporto, mobiliário, eletrónica de consumo -- foi afetado pelo encerramento de lojas, com uma parte das empresas em 'lay-off'.

"O retalho especializado está sofrer com esta crise", afirmou, referindo que cada mês que passa torna-se mais difícil restaurar a confiança dos consumidores, pelo que é necessário "começar a reabrir a economia".

"Queremos regras harmonizadas entre todos e não discriminatórias, não podemos estar a discriminar o pequeno comércio do grande comércio", defendeu Isabel Barros, na sequência de notícias que dão conta de que o pequeno comércio poderá abrir já em maio.

"Nós hoje, com o exemplo do retalho alimentar" -- que adotou regras de segurança, de distanciamento de clientes, entre outras medidas --, "queremos passar estes exemplos para o retalho especializado", prosseguiu.

O retalho especializado, que conta com mais de 20.000 colaboradores, tem condições para integrar a primeira fase de abertura da economia, referiu, salientando que tem "protocolos de segurança e de organização", bem como aprendeu "com os ensinamentos do alimentar".

"Pedimos uma reabertura com responsabilidade [do setor], mas uma abertura rápida", disse, apontando que quanto mais tarde, mais difícil será a recuperação económica destas empresas.

"Muitas das nossas empresas estão em 'lay-off' e sabemos que quando abrirmos não vamos" trabalhar com "níveis de consumo antes da pandemia, vai demorar a relançar a economia", enfatizou.

A presidente da APED destacou o "bom diálogo" que a entidade tem tido com o Governo, nomeadamente com o Ministério da Economia, com quem tem trabalhado mais de perto.

"Na segunda-feira vamos estar reunidos com ministro da Economia para apresentar as nossas propostas", no âmbito do processo de alívio das restrições impostas devido ao novo coronavírus.

"Não é segredo que uma das medidas propostas é a adoção de regras harmonizadas e não discriminatórias", disse Isabel Barros.

"Nós somos aqueles que estão mais bem preparados", reiterou, apontando que há retalhistas que já estão a preparar a reabertura.

Isabel Barros disse ainda que o setor precisa de flexibilidade laboral, nomeadamente o alargamento do período do 'lay-off' e do banco de horas individual, tendo em conta que as lojas quando abrirem não vão ter níveis de consumo pré-pandemia e vão ter horários reduzidos.

O Conselho de Ministros anuncia no próximo dia 30 quais os setores comerciais que retomam a atividade com normas de segurança em 04 e 18 de maio e 01 de junho, afirmou hoje o primeiro-ministro.

 

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