O indicador de confiança dos consumidores caiu para um mínimo de setembro de 2014 em abril, de acordo com os dados divulgados, esta quarta-feira, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Estes números refletem já o impacto da pandemia e apontam também para uma forte penalização das expectativas dos empresários.
"No contexto da atual pandemia, o indicador de confiança dos consumidores registou em abril a maior redução da série face ao mês anterior, atingindo o valor mínimo desde setembro de 2014. Não considerando médias móveis de três meses (ver secção seguinte), este indicador atingiu o valor mínimo desde maio de 2013", pode ler-se no relatório do INE.
Por outro lado, o indicador do clima económico, que mede o sentimento junto das empresas, também deslizou para mínimos de 2013, num mês em que a economia portuguesa quase parou por causa do novo coronavírus.
"A pandemia penalizou também fortemente as opiniões e expectativas dos empresários, tendo o indicador de clima económico diminuído de forma abrupta em abril, retrocedendo para valores próximos dos observados no final de 2013. Não considerando médias móveis de três meses, este indicador apresentou a redução mais acentuada da série, atingindo o valor mínimo", adianta o INE.
Onde é que a redução foi mais evidente?
De acordo com o INE, os indicadores de confiança da indústria transformadora, da construção e obras públicas, do comércio e dos serviços diminuíram "de forma abrupta relativamente a março", principalmente no último caso. Isto acontece numa alturam em que parte dos estabelecimentos estiveram encerrados.
Além disso, sublinha a agência de estatística, no segmento dos serviços, as secções de 'atividades artísticas, de espetáculo, desportivas e recreativas' e de 'alojamento, restauração e similares' registaram as reduções com maior magnitude.