CP está a perder 4 milhões por semana com a pandemia, revela ministro
Por causa da queda na procura provocada pela pandemia.
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Economia CP
O ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, afirmou hoje no parlamento que a CP - Comboios de Portugal "está a perder quatro milhões de euros por semana" devido à queda na procura provocada pela pandemia.
Pedro Nuno Santos falava na comissão parlamentar de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação, no âmbito de uma audição regimental.
Em resposta ao PCP, o ministro disse que relativamente à ferrovia, registou-se uma "queda na procura de cerca de 90% na CP, nas áreas urbanas de 70%", acrescentando que o "ajustamento que se fez na oferta [da CP] foi de 30%".
Ou seja, "a procura reduziu 70% e nós reduzimos a oferta em 30% porque a situação da CP está a ser [...] difícil", acrescentou o governante.
"Só para ter uma ideia, a CP está a perder quatro milhões de euros por semana e nós chegámos à conclusão, a administração da CP fez-nos chegar uma proposta, que era um absurdo do ponto de vista de desperdício estarmos a circular ferro: nós tínhamos comboios com uma pessoa e, por isso, fez-se esse ajustamento", explicou Pedro Nuno Santos.
No caso da linha de Sintra, "estamos a fazer 100% [da operação], de Sintra para a Linha de Cintura", prosseguiu, referindo que houve uma redução no fim de semana de Páscoa, em que era proibido atravessar concelhos.
"Nós mantivemos alguns [comboios] contra a vontade das forças de segurança, mas isso teve algumas consequências, porque as pessoas, mesmo assim, deslocaram-se e saíram do seu concelho, por necessidade", acrescentou.
Pedro Nuno Santos sublinhou que Sintra é "uma das linhas com maior densidade de utilização da Europa", sendo que já está quadruplicada. Além disso, a maioria dos utentes segue para a Linha de Cintura (Sete Rios, Entrecampos), sendo que o Rossio é mais utilizado por turistas.
Na hora de ponta, a linha de Sintra tem uma frequência de 10 minutos, ou seja, seis comboios por hora.
"Temos muita dificuldade, do ponto de vista técnico, em conseguir aumentar a frequência, o canal está ocupado", sendo que ainda entram na linha comboios da Fertagus, [e] de mercadorias, explicou o ministro.
"Nós pedimos, e esse é um trabalho que vai ser feito com as autarquias da linha de Sintra e com a CP e a IP [Infraestruturas de Portugal], um estudo que não se consegue ter operacional antes de setembro para percebermos se conseguimos aumentar a frequência", disse, apontando que tal irá permitir, "quanto muito, meter mais um comboio".
O governante disse que a lotação normal num comboio na linha de Sintra é de 1.600 pessoas, quando a lotação máxima é de 2.000.
"Os comboios na linha de Sintra costumam ir, infelizmente, a 135%, 140% e 165%, às vezes", disse, para apontar as dificuldades em dar resposta.
"Estamos restringidos em termos de comprimento de comboio", referiu, apontando que maior frequência de comboios vai impactar os horários das outras linhas.
Com um parque circulante envelhecido, os comboios avariam mais vezes e carecem de maior manutenção, apontou. Acresce que existem "poucos comboios de reserva".
Como há uma "reserva muito limitada", são feitas supressões de comboios, prosseguiu, o que impacta ainda mais uma linha que já está lotada.
Pedro Nuno Santos garantiu que até ao final do ano haverá oito comboios disponíveis para reforçar a frota da linha de Sintra.
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