Em comunicado, a Associação de Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) cita o seu mais recente inquérito, realizado entre 30 de abril e o início deste mês e com 1.722 respostas válidas, que indica que como consequência da ausência de faturação e de recursos 32% das empresas não conseguiram pagar salário a 30 de abril e 12% apenas conseguiu pagar uma parte.
"A perspetiva de curto prazo é avassaladora, com 60% das empresas a estimarem zero vendas no mês de maio e 27% a admitirem mesmo avançar para a insolvência", alerta a AHRESP, lembrando que cerca de 70% das empresas assumem que não vão conseguir pagar salários este mês, caso o apoio do lay-off não chegue a tempo.
O inquérito indica ainda que 18% das empresas admitem que não vão conseguir manter a totalidade dos postos de trabalho até ao final do ano.
Os dados referentes ao mês de abril revelam "um quadro muito preocupante" para estas atividades económicas, pois cerca de 80% estiveram encerradas e não tiveram qualquer faturação.
No caso específico do lay-off, recorda a AHRESP, "apesar de 59% das empresas terem recorrido a este mecanismo, 77% aplicaram o regime à totalidade dos seus trabalhadores".
"Mais preocupante é o facto de 76% não terem recebido o apoio até à data de 30 de abril", acrescenta.
Segundo os dados da AHRESP, a importância deste modelo de apoio através da Segurança Social é demonstrada pela intenção de renovação do recurso ao lay-off simplificado por 90% das empresas inquiridas.
Quanto às linhas de financiamento, apenas 39% das empresas recorreram a estes mecanismos de apoios financeiros, sendo o mais referenciado a linha do Turismo de Portugal dirigida a microempresas.
"No entanto, das empresas com processos aprovados, 67% ainda não tinham o dinheiro disponível", refere a associação.
A AHRESP alerta ainda que, com a provável data de 18 de maio para a reabertura dos estabelecimentos de restauração e bebidas, e com a redução de 50% na lotação, "20% das empresas referem que não vão reabrir os seus estabelecimentos".