O Governo está confiante numa reversão da "interrupção abrupta" da atividade económica, causada pela pandemia do novo coronavírus, a partir do início de maio, refere o Ministério das Finanças, em resposta às Previsões Económicas de Primavera divulgadas por Bruxelas, esta quarta-feira.
"A interrupção abrupta da atividade económica em março e abril deverá ser revertida a partir do inicio do mês de maio, suportada numa recuperação do mercado interno e na retoma do investimento", pode ler-se num comunicado do gabinete de Mário Centeno enviado às redações.
As prioridades do Governo, neste momento, estão centralizadas no controlo da pandemia, no reforço dos meios de combate à crise sanitária e de salvaguarda dos rendimentos das famílias:
"O Governo reafirma como prioridades a contenção da pandemia e o reforço dos meios necessários para que Portugal possa debelar a crise sanitária, bem como reforçar todos os instrumentos para assegurar os rendimentos das famílias, o funcionamento das cadeias de abastecimento de bens e serviços fundamentais e o arranque da atividade económica com a confiança de todos os portugueses", sublinha a tutela.
A Comissão Europeia anunciou, na manhã desta quarta-feira, que estima uma recessão de 6,8% em Portugal este ano e um aumento da taxa de desemprego para 9,7%, contabilizando assim os efeitos da pandemia. Ainda assim, o executivo comunitário antecipa um crescimento da economia portuguesa já no próximo ano.
"Em 2021, a economia deverá crescer 5,8%, mantendo o PIB em níveis abaixo dos registados em 2019. No conjunto dos dois anos, o desempenho da economia portuguesa será menos negativo do que o da média dos países da área do euro e da UE", pode ler-se no mesmo comunicado.
Impacto "será menos negativo em Portugal" do que na zona euro e UE
Além disso, diz o Governo que as previsões da UE revelam que o impacto da pandemia e das decorrentes medidas temporárias de contenção e confinamento nas contas públicas "será menos negativo em Portugal, do que o estimado para a área do euro e UE".
O gabinete de Mário Centeno, que é também presidente do Eurogrupo, sublinha ainda a importância de uma "eficácia da coordenação entre as medidas estratégicas adotadas a nível nacional e europeu para dar resposta à crise", considerando a "necessidade de conter o impacto económico negativo da pandemia e proporcionar uma recuperação célere e robusta, para que as economias retomem um rumo de crescimento inclusivo e sustentável".