"Uma conclusão que se pode tirar é que há responsáveis que são algumas empresas. Há também responsáveis no anterior Governo pela incapacidade de tomar de decisões ou falta de vontade, por empurrar o problema para a frente", afirmou, nos Passos Perdidos da Assembleia da República.
Para o parlamentar "laranja", o Governo liderado por Passos Coelho e Paulo Portas, "quando tomou posse, pegou num problema e resolveu-o".
"Tomou decisões, atuou, assumiu um problema que existia. Não quis adiar esse problema", frisou, descrevendo que "há uma série de empresas, seis empresas públicas, que fizeram dezenas de contratos (56) ´swap', problemáticos, que criaram um risco potencial muito forte", com "um prejuízo potencial para o Estado e para os portugueses muito elevado".
Afonso Oliveira comentava as conclusões da comissão parlamentar de inquérito aos ?swaps' contratados por empresas públicas vão ser enviadas para o Ministério Público "para apuramento de eventuais responsabilidades criminais".
A polémica dos ´swap' instalou-se no início deste ano quando se soube que o IGCP - Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública estimava em 3.000 milhões de euros, no fim de 2012, as perdas potenciais dos ´swap' contratados pelas empresas públicas e que o Governo estava em campo para reestruturar os contratos.
As empresas públicas já pagaram, até ao momento, 1.008 milhões de euros para anular 69 contratos cujas perdas ascendiam a 1.500 milhões de euros. Sobram outros 1.500 milhões de perdas potenciais, sendo que mais de 70% são do Santander Totta, o único banco com 'swap' problemáticos com o qual o Governo não conseguiu qualquer entendimento.
Além do impacto financeiro, este caso que tornou conhecido o jargão financeiro ´swap' tornou-se uma guerra política e levou à saída de três secretários de Estado e a polémicas que envolveram a atual ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, por alegadas contradições no seu discurso. Quatro gestores públicos também foram afastados do seus cargos por terem contratado ´swaps'.