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Retalho, restauração e alojamento explicam metade do impacto no PIB

Comércio a retalho, restauração e alojamento são responsáveis por cerca de metade do impacto negativo de 6,5 pontos percentuais no PIB anual a cada 30 dias úteis de confinamento, segundo o Programa de Estabilidade hoje divulgado.

Retalho, restauração e alojamento explicam metade do impacto no PIB
Notícias ao Minuto

23:59 - 07/05/20 por Lusa

Economia Coronavírus

Uma parte significativa do impacto negativo do confinamento advém da evolução verificada no setor do comércio a retalho e na restauração e alojamento, refere o Governo, acrescentando que "este setor explicará aproximadamente metade do impacto total estimado no PIB, seguido pelo setor da indústria (transformadora e extrativa) cuja evolução contribuirá, por si só, para um impacto de -1,6 pontos percentuais".

Este cálculo, alerta o executivo, deve ser interpretado como "a estimativa do impacto mais severo do período de confinamento correspondendo ao período do estado de emergência".

No Programa de Estabilidade (PE) para 2020, aprovado hoje em Conselho de Ministros e entregue à Assembleia da República, o Governo reafirma que, "recorrendo a uma metodologia setorial similar à utilizada por instituições internacionais [....], estima-se que 30 dias úteis (cerca de um mês e meio) de confinamento tenham um impacto negativo no PIB anual de 6,5 pontos percentuais".

O executivo acrescenta no documento que esta estimativa tem em conta igualmente os dados desagregados e já conhecidos relativos às empresas que se candidataram a 'lay-off' até dia 27 de abril de 2020.

"Destes números, destaque-se que 38% das 95 mil empresas candidatas ao procedimento de 'lay-off' simplificado são empresas de restauração, alojamento e comércio a retalho", lê-se no documento.

O setor da restauração e alojamento é, previsivelmente, o mais afetado, com perto de 57% das empresas a terem apresentado a candidatura a 'lay-off', refere o Governo.

As medidas do Governo de combate à pandemia covid-19 chegam aos 12,7% do PIB, entre 0,9% mensais com impacto orçamental e 11,8% sem reflexo no Orçamento do Estado, segundo o PE.

Nas medidas com impacto orçamental para "reforçar a proteção social dos trabalhadores e das suas famílias, proteger postos de trabalho e apoiar a disponibilidade de liquidez para as empresas", o Governo estima "no seu conjunto, um pacote orçamental de cerca de 2 mil milhões de euros por mês (0,9% do PIB), incluindo medidas com incidência única".

"Acresce um pacote de medidas discricionárias com impacto financeiro e sem impacto orçamental de mais de 25,1 mil milhões de euros (11,8% do PIB), incluindo apoio à liquidez das empresas, concessão de incentivos, moratórias de crédito e de rendas, e prorrogações fiscais e contributivas", pode ler-se no Programa de Estabilidade 2020, elaborado pelo Governo e que deu hoje entrada no 'site' da Assembleia da República.

Dado o contexto associado à pandemia de covid-19, o PE não inclui previsões macroeconómicas para 2020, tendo o Governo já adiantado que as apresentará até ao final de junho.

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