"A crise da Covid-19 não pode ser o fim do projeto europeu, mas sim uma oportunidade para relançar uma nova Europa. Esta é a nossa responsabilidade partilhada", afirmou Vasco Cordeiro, que participava no Fórum online "Regiões e cidades: vitais para a recuperação económica da Europa".
O presidente do Governo Regional dos Açores voltou a defender que a "política de coesão deve continuar a ser uma política de investimento a longo prazo, com base nos recursos suficientes de, pelo menos, um terço do Quadro Financeiro Multianual, que deve ser reforçado no futuro plano de recuperação europeu".
Vasco Cordeiro salientou, ainda, que "as regiões precisam de ser apoiadas para conseguirem providenciar serviços públicos acessíveis e de qualidade aos cidadãos".
A sessão promovida pelo Comité das Regiões Europeu contou, também, com o contributo da Comissária Europeia para a Coesão e Reformas Elisa Ferreira, que destacou que "não haverá uma recuperação efetiva sem a política de coesão, e não haverá uma política de coesão efetiva sem as regiões e cidades da Europa".
Elisa Ferreira considerou que "a crise de hoje afeta o fundamento do que significa ser europeu" e que "a recuperação será incerta -- em termos temporais e na sua extensão - e desigual - a nível regional".
Por isso, "mais do que nunca, a Europa precisa de ouvir as vozes das regiões e das cidades", afirmou a Comissária Europeia, antevendo "uma Europa que não se desmorona, mas que se junta e triunfa na construção uma economia digital e neutra em carbono".
A iniciativa do Comité das Regiões Europeus (CoR) surge no âmbito das comemorações do Dia da Europa, que celebra hoje 70 anos desde a declaração de Schumann, que criou a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço, a organização que criou as bases para o que é hoje a União Europeia.
O Dia da Europa é, este ano, assinalado com várias iniciativas online, devido à pandemia de covid-19, que, na Europa, afetou já mais de 1,6 milhões de pessoas, provocando mais de 153 mil mortos.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou cerca de 271 mil mortos e infetou quase 3,8 milhões de pessoas em 195 países e territórios.
Mais de 1,2 milhões de doentes foram considerados curados.
Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.
Em Portugal morreram 1.114 pessoas das 27.268 confirmadas como infetadas, e há 2.422 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.