Sejamos "francos. Não é possível retomar atividade sem constrangimentos"
António Costa considerou que os constrangimentos são necessários para ganhar a confiança dos portugueses e esta, por sua vez, é "fundamental para que toda a cadeia económica se possa estabelecer".
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Economia Covid-19
António Costa mostrou-se, esta terça-feira, compreensivo com o setor da restauração, cujos 'players' reclamam pelas condições que serão obrigados a adotar aquando da reabertura de portas. "Não é possível retomar a atividade sem constrangimentos" que "geram incómodos", considerou o primeiro-ministro.
Decorreu, na manhã de hoje, no Palácio da Ajuda, a cerimónia de assinatura de Declaração de Compromisso dos Parceiros Sociais para a retoma económica e de assinatura do Protocolo de Cooperação entre a AHRESP e a DGS. E, em declarações aos jornalistas, o chefe de Governo revelou que "este compromisso global [controlo da pandemia] tem de ter declinações diversas para cada setor de atividade".
"É preciso sermos francos", continuou, "não é possível retomar a atividade sem constrangimentos" que "geram incómodos". Compreendeu António Costa que é difícil "abrir restaurantes com estas condições", mas "viver com o vírus implica viver com muitas limitações", que são "essenciais para que o cidadão tenha confiança". E esta confiança é "fundamental para que toda a cadeia económica se possa estabelecer".
A assinatura deste acordo é o "primeiro passo para concretizar o esforço comum de recuperação da economia". Mas "este primeiro passo é só" mesmo isso, "um primeiro passo", porque "esta crise do Covid deixou feridas profundas no nosso tecido económico e social". O desemprego, recordou, "não está nos 6,4 que estava em fevereiro. A economia não está a crescer como estava. A retoma e a recuperação de emprego são as próximas prioridades".
As medidas que foram definidas para a atividade económica no âmbito do combate à pandemia de Covid-19 "tiveram impacto" no tecido económico. A pensar nestas organizações que tiveram de fechar, ou limitar a sua atividade, foram definidas e aprovadas garantias num valor superior a 5 mil milhões de euros "e começamos a aproximar-nos do limite máximo desta linha de crédito", avisou.
No que diz respeito ao regime de lay-off, o primeiro-ministro sustentou que já foram pagos até ao final de abril todos os requerimentos válidos até ao dia 1 desse mês. Neste ponto, António Costa reiterou o compromisso de pagar até ao final desta semana (dia 15) todos os requerimentos válidos que entraram até ao final de abril. "Foi um esforço gigantesco pedido à Segurança Social", acentuou.
A atribuição destes apoios tem de obedecer a regras, alertou o governante, considerando que "este dinheiro tem de ser distribuído com critério porque se trata de dinheiro dos contribuintes, que estarão cá amanhã para nos pedir contas". Neste processo, a "transparência" deve ser um ponto de honra e, por isso, "é bom que sejam os bancos a poderem tomar a decisão". O Governo cá estará e assumirá "a responsabilidade" porque é "parte do risco".
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