Centeno anuncia auditoria ao Novo Banco após empréstimo de 850 milhões

O ministro de Estado e das Finanças, Mário Centeno, revelou hoje que será feita uma nova auditoria ao Novo Banco, na sequência da transferência de 850 milhões de euros do Tesouro para o Fundo de Resolução, destinada à instituição.

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Lusa
13/05/2020 11:38 ‧ 13/05/2020 por Lusa

Economia

Novo Banco

"Na sequência do empréstimo realizado na semana passada, será feita uma nova auditoria, que atualizará os dados da que está em curso. Foi já iniciado o processo determinado pela lei 15/2019", disse Mário Centeno numa audição regimental da Comissão de Orçamento e Finanças (COF) da Assembleia da República.

Mário Centeno afirmou que "as auditorias que decorrem da lei 15 não são para o Novo Banco, são para todas as empresas, em particular instituições bancárias, ou também instituições bancárias, que tenham necessidade de envolvimento de fundos públicos como aqueles que neste momento o Novo Banco tem".

"Neste momento, esse pedido já foi dirigido ontem [terça-feira] pelo Ministério das Finanças ao Banco de Portugal para desencadear essa auditoria decorrente da injeção de capital deste ano", disse o ministro, mais tarde, em resposta ao deputado do PS Fernando Anastácio.

O ministro afirmou que "tem de ser o Banco de Portugal [BdP] a escolher o auditor", e sublinhou que a auditoria "é paga pela instituição a que se dirige", e que o Governo "já pediu ao supervisor para escolher o auditor", cabendo ao executivo depois mandar "fazer a auditoria com aquele auditor", que será feita "como está estabelecido na lei 15".

Mário Centeno relembrou que "no ano passado, a seguir à atualização da lei, a informação que foi obtida no final fevereiro de 2019 sobre a injeção de capital, o banco solicitou essa auditoria antes do desencadear normalmente da lei 15", algo que foi feito pela "primeira vez", e que por isso "o processo de contratação do caderno de encargos e do tipo de auditoria, porque não é um exercício trivial, terá sido porventura mais demorado".

"Acho que este ano podermos poupar esse tempo, porque felizmente já temos a experiência do ano passado", aditou Mário Centeno, que também se manifestou contra o pagamento de bónus de dois milhões de euros à administração do banco, apelando ao "bom senso" e "empatia".

No início da sua audição, o governante fez duras críticas ao processo de resolução do Novo Banco, em 2015, classificando-a como "a mais desastrosa resolução bancária alguma vez feita na Europa".

"O Novo Banco foi a mais desastrosa resolução bancária alguma vez feita na Europa", disse Mário Centeno na audição regimental, tendo dito anteriormente que "aquando da separação do banco bom e do banco mau, em 2014, a seleção dos ativos foi mal feita" e "incompetente".

Para Mário Centeno, "o banco que era novo e que devia ser bom tinha ainda muito de mau".

 

 

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