Ministro do Mar não se compromete com aumento da quota da sardinha
O ministro do Mar disse hoje em Peniche que não pode comprometer-se com um aumento da quota da sardinha até serem conhecidos os resultados do cruzeiro realizado em março, apesar de admitir que existe uma melhoria do recurso.
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Economia Sardinhas
"Há menos de um ano que surgiram sinais de que o 'stock' está a recuperar, tendo o primeiro sinal surgido em setembro, os dados dos cruzeiros de março estão a ser trabalhados e não podemos cometer erros de que nos arrependamos amanhã", disse Ricardo Serrão Santos aos jornalistas.
Questionado sobre o eventual aumento da quota de pesca para a sardinha ainda para este ano, o governante não se comprometeu, remetendo para "dentro de menos de um mês", quando deverão estar concluídas as reuniões em torno da avaliação das possibilidades de pesca".
"Vamos avaliar a partir de junho qual será a disponibilidade e depois temos de discutir com a Comissão Europeia as oportunidades de pesca", disse.
Ainda assim, admitiu que, baseando-se nos resultados do cruzeiro científico realizado em setembro passado, "há sinais de que há um excelente recrutamento atualmente".
A Federação dos Sindicatos do Setor da Pesca defendeu hoje que a quota de captura de sardinha deve fixar-se em 30 mil toneladas este ano, perante a "evidente recuperação" do 'stock' demonstrada pelos cruzeiros científicos.
Para os sindicatos, o facto de o Governo ainda não ter definido a quantidade de capturas de sardinha para este ano "é inadmissível" e a proposta de limitar as possibilidades de pesca, entre 01 de junho e 30 de julho, a 6.300 toneladas "é insuficiente e irrealista, face à atual realidade do setor e do recurso".
Já os industriais portugueses de conservas de peixe dizem ter "a sobrevivência em causa" devido às quotas atualmente "sem fundamento" impostas à pesca da sardinha, apelando à urgência de um "plano de salvação nacional" da fileira da pesca.
"A indústria portuguesa das conservas de peixe vive um paradoxo motivado pelas medidas precaucionárias impostas, sem qualquer fundamento atual, à pesca da sardinha", disse recentemente à agência Lusa Manuel Ramirez, membro da direção da Associação Nacional dos Industriais de Conservas de Peixe (ANICP).
O ministro do Mar respondeu hoje que tem mantido reuniões regulares com o setor conserveiro e lembrou que existem "procedimentos de avaliação das oportunidades de pesca que seguem regras científicas".
Ricardo Serrão Santos falava à margem da assinatura de um protocolo para a realização de testes à covid-19 a 250 pescadores de Peniche, no distrito de Leiria.
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