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Ministro do Mar não se compromete com aumento da quota da sardinha

O ministro do Mar disse hoje em Peniche que não pode comprometer-se com um aumento da quota da sardinha até serem conhecidos os resultados do cruzeiro realizado em março, apesar de admitir que existe uma melhoria do recurso.

Ministro do Mar não se compromete com aumento da quota da sardinha
Notícias ao Minuto

18:17 - 20/05/20 por Lusa

Economia Sardinhas

"Há menos de um ano que surgiram sinais de que o 'stock' está a recuperar, tendo o primeiro sinal surgido em setembro, os dados dos cruzeiros de março estão a ser trabalhados e não podemos cometer erros de que nos arrependamos amanhã", disse Ricardo Serrão Santos aos jornalistas.

Questionado sobre o eventual aumento da quota de pesca para a sardinha ainda para este ano, o governante não se comprometeu, remetendo para "dentro de menos de um mês", quando deverão estar concluídas as reuniões em torno da avaliação das possibilidades de pesca".

"Vamos avaliar a partir de junho qual será a disponibilidade e depois temos de discutir com a Comissão Europeia as oportunidades de pesca", disse.

Ainda assim, admitiu que, baseando-se nos resultados do cruzeiro científico realizado em setembro passado, "há sinais de que há um excelente recrutamento atualmente".

A Federação dos Sindicatos do Setor da Pesca defendeu hoje que a quota de captura de sardinha deve fixar-se em 30 mil toneladas este ano, perante a "evidente recuperação" do 'stock' demonstrada pelos cruzeiros científicos.

Para os sindicatos, o facto de o Governo ainda não ter definido a quantidade de capturas de sardinha para este ano "é inadmissível" e a proposta de limitar as possibilidades de pesca, entre 01 de junho e 30 de julho, a 6.300 toneladas "é insuficiente e irrealista, face à atual realidade do setor e do recurso".

Já os industriais portugueses de conservas de peixe dizem ter "a sobrevivência em causa" devido às quotas atualmente "sem fundamento" impostas à pesca da sardinha, apelando à urgência de um "plano de salvação nacional" da fileira da pesca.

"A indústria portuguesa das conservas de peixe vive um paradoxo motivado pelas medidas precaucionárias impostas, sem qualquer fundamento atual, à pesca da sardinha", disse recentemente à agência Lusa Manuel Ramirez, membro da direção da Associação Nacional dos Industriais de Conservas de Peixe (ANICP).

O ministro do Mar respondeu hoje que tem mantido reuniões regulares com o setor conserveiro e lembrou que existem "procedimentos de avaliação das oportunidades de pesca que seguem regras científicas".

Ricardo Serrão Santos falava à margem da assinatura de um protocolo para a realização de testes à covid-19 a 250 pescadores de Peniche, no distrito de Leiria.

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