Lufthansa chegou a acordo para receber ajudas estatais de 9.000 milhões

A Lufthansa e o Governo alemão indicaram hoje que chegaram a acordo sobre um plano de ajuda de 9 mil milhões de euros, com o Estado a tornar-se o primeiro acionista do grupo com 20% do capital.

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Lusa
25/05/2020 16:33 ‧ 25/05/2020 por Lusa

Economia

Alemanha

As medidas, que têm ainda de ser aprovadas pela Comissão Europeia e por uma assembleia-geral de acionistaspreveem um crédito com garantias de Berlim de 3 mil milhões de euros, a compra de ações no valor de 300 milhões de euros no quadro de um aumento de capital e uma injeção de fundos de 4,7 mil milhões de euros sem direito de voto, precisou a Lufthansa em comunicado.

Em relação aos mil milhões de euros suplementares, Berlim tem a possibilidade de aumentar a sua participação para 25% e uma ação, ou seja, ficar com uma minoria de bloqueio.

O Estado, que regressa ao capital da companhia aérea após mais de 20 anos de ausência, aprovou o plano através de um fundo de estabilidade económica do Governo federal (WSF), criado para atenuar as consequências da pandemia de covid-19.

O acordo surge após longas negociações sobre a ajuda, que se destina a evitar a falência da transportadora, numa altura em que o setor aéreo atravessa uma grave crise.

Em relação à injeção de 4,7 mil milhões de euros de fundos que será feita com "uma participação silenciosa", a Lufthansa pagará juros que vão de 4% em 2020 e 2021 a 7,5% em 2027, detalhou o grupo em comunicado.

O Estado vai adquirir 20% do grupo por 300 milhões de euros, a um preço de 2,56 euros por ação, um custo muito abaixo do preço de mercado.

O Estado vai também ficar com dois lugares no Conselho de Supervisão da Lufthansa, mas renuncia ao seu direito de voto nas assembleias-gerais "exceto no caso de uma oferta de compra".

O grupo fica impedido de pagar dividendos aos seus acionistas, tendo já suspendido o pagamento em relação ao exercício de 2019.

WSF deverá vender as suas participações a preço de mercado até 31 de dezembro de 2023 se o grupo reembolsar os fundos injetados, precisou a Lufthansa.

Atualmente, perto de 700 dos 760 aviões do grupo estão em terra e, em abril, a Lufthansa transportou cerca de 3.000 passageiros, quando antes da crise transportava cerca de 350 mil.

No primeiro trimestre, o grupo alemão teve uma perda operacional de 1,2 mil milhões de euros e espera um resultado ainda pior nos três meses seguintes.

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