Exportações da UE caem até 15% em 2020. Quebras até aos 470 mil milhões

As exportações da União Europeia (UE) vão cair, este ano, entre 9% e 15%, o que representa quebras entre 282 e 470 mil milhões de euros, devido à crise gerada pela covid-19, anunciou hoje a Comissão Europeia.

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Lusa
09/06/2020 14:04 ‧ 09/06/2020 por Lusa

Economia

Covid-19

 

"De acordo com as estimativas atualizadas da Comissão Europeia, a crise da covid-19 poderá resultar numa diminuição do comércio mundial para 2020 entre 10 e 16% e, para a UE-27, a diminuição estimada das exportações da UE-27 será de cerca de 9% a 15%, o equivalente a entre 282 e 470 mil milhões de euros", afirmou o comissário europeu do Comércio, Phil Hogan.

Falando na reunião por videoconferência dos ministros do Comércio da UE, o responsável acrescentou que, por seu lado, "as importações da UE-27 deverão diminuir entre 11% e 14%, o equivalente a 313 e 398 mil milhões de euros".

"Estes números são sérios e sublinham a necessidade de uma ação concertada da UE", vincou.

A contribuir para as exportações da UE estão, principalmente, os setores do comércio de bens e serviços, sendo que o comércio externo dos 27 abrange mais de 30 milhões de postos de trabalho.

Phil Hogan, que tem vindo a ser apontado como possível candidato da UE à liderança da Organização Mundial do Comércio (OMC) após a saída de Roberto Azevêdo do cargo no final de agosto, propôs ainda aos ministros europeus com esta pasta que "apoiem a realização de novas consultas pela Presidência [croata da União Europeia] para poder designar, nas próximas semanas, um candidato da UE".

"A UE tem referências multilaterais muito fortes e é reconhecida como uma força que poderia apoiar a OMC e proteger o sistema comercial multilateral. Isto coloca a UE numa posição legítima para apresentar um diretor-geral à OMC", argumentou o responsável.

Segundo Phil Hogan, "a pandemia de covid-19 gerou uma crise adicional de legitimidade para a OMC".

"Embora os fundamentos da organização já tenham sido postos em causa por ações unilaterais e pela gestão do comércio, a crise económica que se está a desenrolar irá colocar o sistema comercial baseado em regras sob pressão adicional", adiantou o comissário europeu, afirmando esperar que os ministros "subscrevam a opinião de que essa direção-geral deverá vir da UE".

Num comunicado divulgado após o encontro, os ministros do Comércio da UE não respondem diretamente ao apelo de Phil Hogan, salientando antes "a importância de acelerar o processo para que o novo diretor-geral possa entrar em funções em 1 de setembro", dada a saída de Roberto Azevêdo em 31 de agosto próximo.

"Apelaram também para que o futuro diretor-geral seja um forte defensor do multilateralismo, com a experiência e capacidade necessárias para impulsionar uma agenda ambiciosa para a OMC", de acordo com a nota de imprensa.

A agência Lusa já questionou o gabinete do comissário europeu Phil Hogan sobre esta eventual candidatura à liderança da OMC, mas ainda não obteve resposta.

 

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