"A relação da CTP com o Ministro das Finanças foi muito boa. Mário Centeno demonstrou sempre disponibilidade e capacidade de diálogo", sustenta o presidente da confederação, Francisco Calheiros, numa nota escrita enviada à agência Lusa.
Ao sucessor de Centeno -- o até agora secretário de Estado do Orçamento, João Leão -- a CTP deseja "as maiores felicidades" no exercício das suas novas funções, numa altura em que se vive uma "complexa conjuntura nacional e internacional".
O Presidente da República aceitou hoje a exoneração de Mário Centeno como ministro de Estado e das Finanças, proposta pelo primeiro-ministro, e a sua substituição por João Leão, até agora secretário de Estado do Orçamento.
Segundo uma nota publicada no portal da Presidência da República na Internet, Marcelo Rebelo de Sousa recebeu de António Costa "as propostas de exoneração, a seu pedido, do ministro de Estado e das Finanças, professor doutor Mário Centeno, e de nomeação, em sua substituição, do professor doutor João Leão".
O Presidente da República "aceitou as propostas", lê-se na mesma nota.
João Leão é doutorado em Economia pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT) e integrou a equipa económica de António Costa logo em 2015, tendo feito parte do grupo de economistas que preparou o cenário macroeconómico e que acompanhou o programa eleitoral do PS.
Secretário de Estado do Orçamento desde novembro de 2015, João Leão tem sido responsável pela política orçamental dos governos de António Costa.
Fonte do executivo disse à agência Lusa que a substituição de Mário Centeno por João Leão "constitui um garante natural de continuidade dos resultados alcançados pela governação em matéria de finanças públicas".
De acordo com a mesma fonte, o ainda secretário de Estado do Orçamento possui "um sólido conhecimento da economia portuguesa, tendo liderado o Gabinete de Estudos do Ministério da Economia durante cinco anos, durante a vigência de distintos governos".
Em conferência de imprensa no final da reunião do Conselho de Ministros que aprovou o Orçamento suplementar, ladeado pelo ministro das Finanças cessante e pelo seu sucessor nesta pasta, o primeiro-ministro afirmou compreender e respeitar que Mário Centeno pretenda abandonar o cargo e abrir "um novo ciclo" na sua vida, elogiando a sua capacidade de trabalho e humanismo.
"A vida é feita de ciclos e quero aqui expressar publicamente que compreendo e respeito que o doutor Mário Centeno queira abrir um novo ciclo na sua vida. Este foi um longo ciclo. Pela segunda vez em 46 anos da nossa democracia, um ministro das Finanças cumpriu integralmente uma legislatura de quatro anos", declarou António Costa.
Em relação aos mandatos no executivo por Mário Centeno, o primeiro-ministro apontou também que, "pela primeira vez na democracia portuguesa, para além de ter cumprido integralmente o mandato de quatro anos, ainda preparou o início da atual legislatura e assegurou a aprovação do primeiro orçamento dessa legislatura, tendo ainda estado na preparação do primeiro e único Orçamento suplementar do conjunto destes anos".