O Governo prevê um défice de 6,3% do produto interno bruto (PIB) este ano, adiantou o próximo ministro das Finanças, João Leão, esta terça-feira, durante a apresentação do Orçamento Suplementar. Este acréscimo ficará a dever-se ao aumento da despesa e diminuição da receita devido à pandemia.
O governante anunciou, em conferência de imprensa, depois de lhe ser dada a palavra pelo ministro das Finanças, Mário Centeno, que o aumento da despesa será de 4.300 milhões de euros, e a redução da despesa de 4.400 milhões de euros.
No ano passado, sublinhe-se, as contas públicas registaram um excedente orçamental, pela primeira vez em democracia.
Depois, Mário Centeno anunciou que a estimativa do Governo para o rácio da dívida pública face ao Produto Interno Bruto (PIB) deverá ser de 134,4% em 2020.
Mário Centeno anunciou que na dívida pública "haverá um aumento de 16,7 pontos percentuais em percentagem do PIB, passando de 117,7% do PIB para 134,4% do PIB", durante a conferência de imprensa de apresentação do Orçamento suplementar, que decorre hoje no Ministério das Finanças, em Lisboa.
"Este aumento é em parte, mas apenas numa pequena parte, justificado pela deterioração do saldo primário, que tem um peso de 3,25 pontos percentuais nesta evolução de 16,7, que é maioritariamente justificado pela queda do PIB", detalhou Mário Centeno.
O ainda ministro, que abandonará o cargo na segunda-feira, afirmou também que a queda do PIB, estimada em 6,9% pelo Governo, corresponde a 7,5 pontos percentuais do aumento do rácio da dívida pública.
[Notícia atualizada às 20h43]