O primeiro-ministro, António Costa, criticou, esta segunda-feira, a criação de uma lei na Assembleia da República que vise impedir a nomeação de Mário Centeno para governador do Banco de Portugal, referindo que não entende a "perseguição" ao antigo ministro das Finanças. Além disso, sublinhou que Centeno tem "todas as competências" para exercer o cargo.
Sobre a lei que pode ser aprovada na Assembleia da República e que impede a nomeação de Centeno para o Banco de Portugal, Costa afirmou: "Pela gravidade desta iniciativa não posso deixar de dizer que é absolutamente incompatível com o estado de direito democrático haver leis que visam a perseguição de pessoas. Eu não entendo e ninguém no país percebe essa vontade de perseguir Mário Centeno", disse António Costa. "Ninguém percebe que se faça uma lei que tem um único objetivo que é impedir a nomeação de Centeno para o Banco de Portugal", apontou.
Além disso, admitiu que essa é mesmo uma hipótese: "O professor Mário Centeno tem todas as condições dos pontos de vista pessoal, profissional. Tem todas as competências para exercer as funções de governador do Banco de Portugal. O próprio governador do Banco de Portugal [Carlos Costa] já o reconheceu. Ninguém tem dúvidas sobre essa matéria", defendeu.
Numa breve declaração à saída da cerimónia de tomada de posse, o ministro das Finanças, João Leão, também assumiu que é "uma hipótese" ver Centeno ser nomeado para o cargo no supervisor da banca.
Sobre a saída de Mário Centeno, Costa sublinhou que "estar no Governo tem um princípio, tem um meio e um fim. O que surpreende não é a saída de Centeno é termos tido um ministro das Finanças que cumpriu uma legislatura completa de quatro anos. Foi a segunda vez", disse Costa. "Este é o fim de um ciclo de vida para Centeno. Respeito e compreendo", apontou.
Sobre a nova equipa, Costa adiantou que "vai permitir a estabilização perante a crise grave que estamos a viver e depois a recuperação", disse António Costa. Numa breve declaração aos jornalistas, o novo ministro das Finanças, João Leão, adiantou que é uma "honra" assumir o cargo num momento como o que vivemos.