O chefe de Estado assumiu esta posição nas instalações da RTP, em Lisboa, depois de dar uma aula em direto para o projeto de ensino à distância #EstudoEmCasa, questionado pelos jornalistas se espera um consenso em relação à proposta do Governo de orçamento suplementar para 2020.
Na resposta, Marcelo Rebelo de Sousa começou por salientar que "a pandemia não desapareceu, o vírus não desapareceu", até está a ressurgir na China, e que "não há medicamentos e não há vacinas ainda".
"Portanto, aquilo que eu penso é que, sendo perfeitamente legítimo numa democracia haver pluralismo de opinião, todos terão presente a importância de não perderem canais de diálogo que existiram por causa da pandemia em torno da pandemia e que, se for possível, é bom existirem, mesmo que noutros termos, relativamente à crise brutal, económica e social que estamos a viver e vamos viver", acrescentou.
O Presidente da República alertou para a gravidade dos efeitos económicos e sociais da pandemia: "Vamos viver uma crise pior do que aquela que neste momento vivemos, e não vamos esperar muito tempo por isso. E quanto mais tempo durar a pandemia, maior será a crise".
"Logo, eu não apelo a coisa nenhuma, porque os nossos responsáveis políticos são responsáveis, e são livres de escolher os seus caminhos, porque isto é uma democracia. Eu limito-me a dizer: a pandemia não acabou, diálogo e convergência em torno do combate à pandemia é bom; diálogo, ainda que num plano diferente e com diversidade de opiniões, quanto àquilo que vai ser a brutal crise económica e social que vamos enfrentar, é bom", reforçou.