O responsável da transportadora aérea falava perante os deputados da comissão parlamentar de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação quando considerou ser necessário "unir o país para salvar a TAP da pandemia".
Antonoaldo Neves defendeu ainda que a companhia aérea não teria sobrevivido à pandemia se não fossem os investimentos que fez nos últimos quatro anos, por exemplo, com a renovação de frota e aumento de rotas, nomeadamente para os Estados Unidos.
"O desafio é muito grande e é global. [...] A procura não vai vir na velocidade que a gente gostaria. É muito importante neste momento o país se unir à volta do plano futuro da TAP", acrescentou.
O responsável afirmou acreditar que a TAP tem um modelo de negócio viável, apesar de ser difícil prever hoje como vai ser a procura nos próximos meses, devido à evolução da pandemia e da confiança que os passageiros têm de voltar a ganhar para viajarem de avião.
Antonoaldo Neves sublinhou que a companhia aérea não só diminuiu a sua dívida bancária nos últimos anos com a gestão privada - do consórcio Atlantic Gateway, que detém 45% do capital -, como diminuiu a quantidade de dívida que tinha garantida pelo Estado.
Quanto às críticas de algumas câmaras municipais de que o plano de rotas da TAP não tem em consideração todas as regiões do país, Antonoaldo Neves frisou que "em momento nenhum" a companhia teve "ideia de desconsiderar qualquer região que seja", argumentando que os números dos últimos anos mostram o contrário, com o aumento de voos para todas as regiões portuguesas.
Admitindo que durante a pandemia a Comissão Executiva não conversou com as associações intermunicipais para perceber quais as necessidades de cada região, Antonoaldo Neves referiu, porém, que essas conversas estão agora a ser retomadas e que o foco foi preservar ao máximo a sustentabilidade da TAP e "não queimar caixa".
A TAP recorreu, em 02 de abril, ao programa de 'lay-off' simplificado, disponibilizado pelo Governo como uma das medidas de apoio às empresas que sofrem os efeitos da pandemia de covid-19.
A companhia está numa situação financeira agravada desde o início da crise provocada pela pandemia de covid-19, com a operação paralisada quase na totalidade, e vai receber uma injeção de capital que pode chegar aos 1.200 milhões de euros.