Sindicato exige que empresa DHL na Azambuja teste todos os trabalhadores
O Sindicato do Comércio, Escritórios e Serviços exigiu hoje que a empresa DHL Supply Chain, situada na Azambuja, no distrito de Lisboa, faça testes de despiste da covid-19 a todos os trabalhadores e que divulgue os resultados.
© DHL Parcel
Economia DHL
Em declarações à agência Lusa, Ricardo Mendes, do Sindicato do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP), adiantou que os trabalhadores estão a cumprir uma greve parcial desde segunda-feira, que vai prolongar-se até sexta-feira, para exigir testes para todos e a divulgação dos resultados, um plano de contingência abrangente para a covid-19, o direito à pausa e um aumento salarial.
"Estamos no terceiro dia de piquete de greve parcial junto aos armazéns da Sonae. Todos os dias, cerca de 30 trabalhadores vêm ao exterior para fazer exigências à empresa", disse.
No primeiro dia, explicou, foi atendida pela empresa uma das revindicações, a da pausa de 15 minutos para descansar ou para fazer pequenas refeições, mas as outras ainda não tiveram resposta.
De acordo com Ricardo Mendes, a greve é direcionada à DHL Supply Chain, onde no início do mês foram detetados casos de infeção com o novo coronavírus, que provoca a doença da covid-19.
"Começámos por ter um, dois casos positivos e de repente já eram dezenas. A última informação que tivemos há uma semana dava conta de cerca de 20, mas não sabemos porque, entretanto, deixaram de aparecer os resultados dos testes e nós estamos apreensivos que possa haver mais casos", disse.
De acordo com Ricardo Mendes, os casos positivos são jovens que estão assintomáticos e em quarentena em casa.
"O que nós queremos é que todos os trabalhadores sejam testados, inclusive os que vêm por agências de trabalho temporário, e os que com eles tiveram contacto para que não aconteça o que aconteceu com a SONAE Modelo e Continente, onde foram detetados dezenas de casos", referiu.
Segundo o sindicalista, os trabalhadores que já foram testados não sabem o resultado.
Outra das reivindicações é a implementação pela empresa, que tem cerca de 500 trabalhadores, de um plano de contingência abrangente.
"Continuamos a exigir que a empresa tenha um plano de contingência abrangente. Temos informação de não está a ser cumprido o distanciamento nas secções e nas entradas e saídas de armazém, o que pode originar outro surto", disse.
Ricardo Mendes lembrou que o trabalho naquele tipo de armazéns de logística obriga muitas vezes a ajuntamentos.
"A empresa diz-nos que está a fazer o plano de contingência mais abrangente e que continua a testar, mas nós queremos saber quantos estão infetados e que os testes não sejam feitos aos bocadinhos, que sejam feitos na totalidade e rapidamente", sublinhou.
Os trabalhadores reivindicam também, segundo o sindicato, um aumento salarial de 90 euros e a progressão na carreira.
"Independentemente dos anos de trabalho ou da experiência, estes trabalhadores têm sempre a mesma categoria e ganham o salário mínimo nacional. Quero lembrar que estes trabalhadores nunca pararam, estiveram sempre na linha da frente para que os consumidores recebessem os seus produtos em casa", disse.
O armazém da DHL Suplly Chain situa-se na área Plaza 1 da Plataforma Logística de Azambuja, onde se estão, igualmente, os armazéns da Fashion Division e Maxmat, empresas que integram o grupo Sonae e para as quais os trabalhadores da DHL também prestam serviço.
Portugal contabiliza pelo menos 1.540 mortos associados à covid-19 em 39.737 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS), divulgado na terça-feira.
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