"Há salas de jogo do bingo que estão a funcionar sem as mínimas condições de proteção e saúde, não há distanciamento social mínimo, está a ser permitido fumar em metade das salas, os clientes permanecem nas salas de jogo sem máscara e os trabalhadores sentem-se desprotegidos e com receio pela sua saúde", alertou, em comunicado, a Federação dos Sindicatos de Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal (FESAHT).
Em declarações à agência Lusa, o dirigente da FESAHT Francisco Figueiredo precisou que, "das oito salas abertas, quatro permitem fumo", o que faz com que os clientes estejam dentro destes espaços sem máscara, uma vez que a retiram para fumar e comer e não a voltam a colocar, "pondo em causa a saúde dos trabalhadores".
De acordo com este dirigente sindical, a primeira sala a reabrir foi o Bingo do Boavista, no Porto, assegurando "as mínimas condições de proteção", proibindo o fumo e obrigando os clientes e trabalhadores a usar máscara.
Porém, em seguida abriu o Bingo Trindade, também no Porto, disponibilizando cinzeiros em cima das mesas.
Perante esta situação, o Bingo do Boavista repôs os cinzeiros, alegando concorrência desleal.
A par destas duas salas, é também permitido fumar nos bingos do Estrela da Amadora e da Nazaré.
"Nós não entendemos esta situação. Isto põe em causa todos os trabalhadores. Os clientes tiram a máscara para fumar e nunca mais a colocam", vincou Francisco Figueiredo.
Este dirigente sindical disse que as concessionárias alegam que a lei não é clara quanto a esta matéria.
Assim, a FESAHT "exige que a secretária de Estado do Turismo [Rita Marques] tome uma posição sobre a situação".
Para a federação esta situação contrasta com a realidade presenciada nos casinos, que estão a funcionar "com distanciamento social, proibição de fumar e uso obrigatório de máscara por parte dos trabalhadores e clientes".
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 477 mil mortos e infetou mais de 9,2 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 1.543 pessoas das 40.104 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.