Em comunicado, citado pela agência EFE, a empresa estatal brasileira revelou que "o diesel renovável" não é apenas mais moderno que o biodiesel (diesel produzido exclusivamente a partir de matérias-primas renováveis), mas emite também menos gases poluentes e melhora o desempenho do motor.
A petrolífera informou ainda que os testes em larga escala com o novo combustível foram concluídos no último sábado na Refinaria Presidente Getulio Vargas, na cidade de Araucária, no sul do país, e que, após os bons resultados, aguarda apenas a autorização da Agência Nacional de Petróleo (ANP) para poder comercializá-lo.
Este "diesel renovável", explicou a empresa, é produzido pelo processamento de matérias-primas renováveis, como óleos vegetais e gorduras animais, misturadas com o diesel mineral (o tradicional derivado do petróleo), na própria refinaria.
"O processo resulta num produto quimicamente idêntico ao diesel mineral, mas de origem renovável", conhecido como o Diesel Verde (Diesel Renovável), Óleo Vegetal Hidrotratado (HVO) ou Diesel Parafínico (diesel parafínico renovável), acrescentou a empresa.
A Petrobras esclareceu que em 2006 patenteou a sua própria tecnologia para o processamento conjunto de óleos vegetais e minerais.
A empresa afirmou ter realizado os testes com um combustível produzido a partir de 2 milhões de litros de óleo de soja e que resultou numa produção de 40 milhões de litros de óleo diesel com conteúdo renovável.
"O diesel renovável é um combustível mais moderno, com inovações tecnológicas que oferecem vantagens para o meio ambiente, pois reduz as emissões de gases de efeito estufa mais do que o biodiesel atual e constitui uma solução para os requisitos de descarbonização do transporte rodoviário brasileiro", destacou a diretora Refino e Gás Natural da Petrobras, Anelise Lara.
Segundo a executiva, o diesel renovável reduz as emissões de gases poluentes em 70% em comparação ao diesel mineral e em 15% em relação ao biodiesel, apesar de ser desenvolvido com a mesma matéria-prima, que pode ser o óleo de soja, de girassol ou algodão.
E acrescentou que o novo produto também melhora o desempenho dos motores e evita problemas como o entupimento dos filtros, nas bombas ou injetores, além de não ter glicerina ou contaminantes metálicos.
A Petrobras aguarda que seu novo combustível seja autorizado e regulado pela Agência Nacional do Petróleo, para dar resposta à grande procura nacional por combustíveis renováveis, gerada pela política que exige que os distribuidores ofereçam diesel com uma mistura de até 12% de biodiesel.
A atual legislação brasileira prevê que a proporção de biodiesel no diesel distribuído no país suba para 15% em 2023, o que deve aumentar ainda mais a procura por estes combustíveis renováveis.