"Reduzir as taxas de juro para estimular adicionalmente a procura nesta altura, quando esta já supera as possibilidades de oferta, é perigoso", disse o regulador russo, citado pela agência RIA Novosti.
O banco central considerou que os empréstimos baratos, mesmo que sejam destinados a investimentos, não garantirão recursos adicionais aos empresários.
"Em condições de défice da força laboral, novos equipamentos e transporte, o financiamento com taxas baixas só vai agudizar a concorrência entre as empresas na obtenção destes recursos, o que não levará ao aumento da produção, mas sim da despesa e, com ele, dos preços ao consumidor", estimou o banco.
Segundo o regulador russo, o aumento das taxas de juro não vai reduzir o potencial produtivo da economia, mas vai travar o crescimento excessivo da procura.
Na passada sexta-feira, o banco central da Rússia deixou inalterada a sua principal taxa de juro em 21%, um nível em que está desde outubro, com a inflação a continuar a aumentar, podendo acabar o ano em 9,2% ou 9,3%.
Segundo fontes ocidentais, citadas pela agência EFE, banqueiros e empresários russos queixaram-se ao Presidente russo, Vladimir Putin, da gestão da presidente do banco central, Elvira Nabiulina, que estaria a prejudicar os seus interesses com o aumento das taxas de juro.
Nabiulina defendeu que sem esta medida "a inflação seria muito maior" e teria alcançado 20 ou 30%.
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