"Nos próximos dias 26 e 27 de dezembro, os trabalhadores da Silopor fazem greve pela manutenção da empresa no setor empresarial do Estado, com gestão pública e pela recuperação do tempo de serviço congelado no período da 'troika'", lê-se na mesma nota.
O CESP disse que "os trabalhadores da Silopor e a própria empresa continuam desconhecidos na opinião pública e também junto de muitos dos nossos governantes", lembrando que é uma "empresa estratégica" que "armazena mais de 58% do cereal consumido em Portugal, e como tal é uma empresa fundamental até para o controlo de preços nas indústrias das rações e da panificação".
O CESP disse ainda que o "Governo, com esta atitude, parece querer impor uma solução que prejudica os trabalhadores e o país" e exigiu ser recebido pelo primeiro-ministro, "face à falta de respostas concretas do Ministério das Finanças".
O CESP defende que, "estando saldada toda a dívida herdada da EPAC (que colocou a Silopor em liquidação em 2000), deve ser revogado o decreto-lei que coloca a Silopor em liquidação --- e a Silopor deve ser mantida na esfera do setor empresarial do Estado, com garantia de que a gestão continua a ser pública, prolongando o contrato de concessão para o limite dos 75 anos (como, aliás, já ocorreu com outras empresas que operam nos portos do nosso país)".
O sindicato disse ainda que não aceita "soluções que passem por privatizações encapotadas".
Além da manutenção como empresa do setor empresarial do Estado, os trabalhadores da Silopor exigem a "contagem integral do tempo de serviço com reposição na carreira dos trabalhadores do tempo congelado no período da 'troika'" e o "aumento dos salários de todos os trabalhadores em 15%, no mínimo 150 euros".
Em liquidação desde 2001 por decisão da Comissão Europeia, mas a dar lucro desde 2016, a Silopor pertence ao setor empresarial do Estado e é gerida por uma comissão liquidatária cujo mandato foi prolongado até junho de 2025, a mesma altura em que acaba o contrato de concessão do Porto de Lisboa à empresa.
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