Associação diz que medidas para bares e discotecas "pecam por tardias"

A Associação Portuguesa de Hotelaria, Restauração e Turismo (APHORT) considera que as medidas anunciadas hoje pelo Governo para os bares e discotecas "pecam por tardia", sublinhando que os empresários devem reinventar-se.

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Lusa
30/07/2020 17:37 ‧ 30/07/2020 por Lusa

Economia

APHORT

Num comunicado divulgado hoje, a APHORT referiu que há mais de um mês lançou o desafio aos empresários de diversão noturna de reabrirem com regras semelhantes às dos cafés e das casas de chá.

"Se, por um lado, esta situação vem provar que a interpretação que a APHORT estava a fazer da lei estava correta, por outro lado, a associação não compreende porque é que o executivo demorou tanto tempo a chegar à mesma conclusão", observou o presidente da associação, Rodrigo Pinto Barros.

Citado na nota, o representante afirmou que "estas medidas agora anunciadas pecam por tardias" e que a associação sempre "se mostrou disponível e cooperante com vários ministérios e autoridades de saúde" para encontrar uma solução face ao contexto pandémico.

A associação realçou ainda que "esta situação vem trazer aos bares e discotecas um desafio idêntico ao que foi colocado aos setores da hotelaria e da restauração, que tiveram de se reinventar e criar uma nova dinâmica de funcionamento".

Os bares e discotecas, encerrados desde março devido à pandemia de covid-19, vão poder funcionar a partir de sábado, 01 de agosto, como cafés e pastelarias, seguindo as mesmas regras, anunciou hoje o Governo.

Em conferência de imprensa após a reunião semanal do Conselho de Ministros, em Lisboa, a ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, explicou que, no contexto da "situação epidemiológica do país mais controlada", foi determinada "a possibilidade de os estabelecimentos que são bares na sua origem funcionarem enquanto pastelarias e cafés, seguindo as mesmas regras de distanciamento que estas instituições têm".

A ministra esclareceu que os bares e discotecas continuam encerrados, permitindo-se apenas que os que queiram funcionar como cafés e pastelarias o possam fazer "sem alterar a sua atividade" oficialmente, como estava a acontecer.

"Se e quando queiram funcionar numa outra categoria que existe e tem semelhanças do ponto de vista da organização dos espaços, podem fazê-lo sem alterar a sua atividade", referiu.

Os bares e discotecas que optem por esta possibilidade podem funcionar até às 20:00 na Área Metropolitana de Lisboa e até às 01:00 (com limite de entrada às 24:00) no resto do território continental, como a restauração.

Ao contrário da APHORT, a Associação Nacional de Discotecas considera que "não faz sentido" os bares e discotecas, encerrados em março devido à covid-19, passarem a funcionar como cafés e pastelarias, questionando o Governo se quer "aniquilar o setor".

"Em relação às discotecas e aos bares, que laboram única e exclusivamente à noite, não muda nada. Não há aqui nenhuma alteração, não há aqui nenhum benefício, não há aqui nada a declarar", salientou à agência Lusa José Gouveia, da reativada Associação Nacional de Discotecas.

De acordo com o também porta-voz do movimento "O Silêncio da Noite", os espaços continuam sem permissão para abrir e os empresários estão à espera dos apoios do Estado para fazer face aos prejuízos provocados pela inatividade dos estabelecimentos de diversão noturna.

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