Bruxelas deixa Alstom avançar com segunda maior empresa ferroviária

A Comissão Europeia deu hoje 'luz verde' à compra, pela fabricante francesa de comboios Alstom, do ramo ferroviário da canadiana Bombardier, sendo assim criada a segunda maior empresa do setor a nível mundial, ainda que sujeita a remédios.

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Lusa
31/07/2020 14:49 ‧ 31/07/2020 por Lusa

Economia

Bruxelas

O executivo comunitário informa em comunicado ter aprovado, no âmbito do regulamento de concentrações da União Europeia (UE), a aquisição da Bombardier Transportation pela Alstom, uma aprovação que "está condicionada ao cumprimento integral de um pacote de compromissos oferecido" pelo grupo industrial francês.

A Alstom e a Bombardier são líderes mundiais na área do transporte ferroviário, atuando ambas na produção e fabrico de material circulante de alta velocidade e em soluções de sinalização.

Ao juntarem-se, as duas companhias dão origem à segunda maior companhia do mundo de fabrico de material ferroviário, atrás da chinesa CRRC.

E é para evitar a distorção da concorrência na UE que esta concentração está sujeita a remédios.

A vice-presidente executiva da Comissão Europeia com a pasta da Concorrência, Margrethe Vestager, observa na nota de imprensa que "a Alstom e a Bombardier são os principais fornecedores de comboios de última geração utilizados diariamente por milhões de passageiros em toda a UE".

"Graças às soluções abrangentes oferecidas para resolver os problemas de concorrência nas áreas dos comboios de alta velocidade, da linha principal e da sinalização [...], a Comissão pôde rever e aprovar rapidamente esta transação", notificada a Bruxelas em junho passado, indica Margrethe Vestager.

Isto significa que será, então, possível criar "uma empresa conjunta mais forte", mas que "continuará a ser desafiada nos seus mercados principais, em benefício dos clientes e consumidores europeus", dados os remédios criados.

A decisão hoje anunciada surge depois de, há um ano, Bruxelas ter 'chumbado' a tentativa da Alstom em fundir os seus ativos ferroviários com a Siemens, por ambas as companhias se recusarem a avançar com remédios.

Na altura, o executivo comunitário argumentou que o negócio iria "reduzir significativamente a concorrência" na Europa na área dos comboios de alta velocidade.

Anunciada em setembro de 2017, esta fusão, entretanto bloqueada, iria criar um novo gigante europeu na ferrovia, concorrendo diretamente com o grupo chinês CRRC e com os canadianos da Bombardier.

Sediada em França, a Alstom é uma empresa industrial francesa que produz materiais para comboios (de alta velocidade, mas também para outras composições como metros) e disponibiliza serviços relacionados como manutenção.

Já a Bombardier Transportation é a divisão global das soluções ferroviárias do grupo canadiano.

 

 

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