De acordo com um comunicado do banco, que apresentou no final de julho prejuízos de 555,3 milhões de euros até junho, 85% do total de contratos de crédito habitação mantiveram, porém, o pagamento integral das prestações, "mesmo num contexto adverso".
"A concessão de moratórias do crédito habitação, que vigora até dia 31 de março de 2021, é crucial, principalmente devido ao aumento significativo dos 'lay-off' que têm vindo a afetar em larga medida o rendimento das famílias portuguesas", lê-se na mesma nota.
As moratórias de crédito foram criadas como uma ajuda a famílias e empresas penalizadas pela crise económica desencadeada pela pandemia de covid-19.
Em junho, o Governo decidiu estender - de setembro deste ano para 31 de março de 2021 - as moratórias para créditos de empresas e particulares (que suspendem pagamentos de capital e/ou juros) e alargou também as condições em que os clientes podem aceder às moratórias. Os clientes podem pedir acesso às moratórias até final de setembro.
Há ainda as moratórias privadas, da Associação Portuguesa de Bancos (APB), da Associação de Instituições de Crédito Especializado (ASFAC) e da Associação Portuguesa de Leasing, Factoring e Renting (ALF). Estas aplicam-se aos contratos de crédito que não beneficiam da moratória pública, caso dos contratos de crédito pessoal (com exceção dos contratos de crédito ao consumo com finalidade educação, uma vez que estes já são cobertos pela moratória pública), crédito automóvel e cartões de crédito.
A agência de 'rating' Fitch divulgou um relatório sobre o setor bancário português na quinta-feira, em que estima que os créditos com moratória vão aumentar depois do verão à medida que se adensa a crise económica, sobretudo nas atividades relacionadas com o turismo.
Estas moratórias são um alívio para clientes e bancos, contudo, avisa, parte importante desses créditos serão malparado quando o regime das moratórias terminar.