No Porto, o grupo Fénix tem cinco unidades hoteleiras, mantendo aberta apenas uma, o Hotel Ipanema Park. Somam-se quatro: Hotel Ipanema Porto, Tuela, Tuelinha e Fénix.
Em nota enviada à agência Lusa, o Site-Norte, que esta manhã promoveu uma concentração junto a um dos hotéis do grupo, no Porto, refere que "mais de 60 trabalhadores estão a ser transferidos à força de local de trabalho" e que "a empresa altera-lhes o horário de trabalho pondo em causa a vida pessoal e familiar dos trabalhadores".
"Esta prática de encerramento de unidades hoteleiras é seguida por outros grupos económicos. O objetivo das empresas é demonstrar que estão a ter prejuízos graves para recorrerem a apoios do Estado, como é o caso do grupo Fénix que tem praticamente todos os trabalhadores a tempo parcial, com redução entre 30% e 50% do horário, entre 12 e 20 horas semanais", lê-se na nota.
Já o dirigente sindical, Nuno Coelho, em declarações à Lusa, defendeu que a crise pandémica ligada à covid-19 "não pode ser desculpa" para "prejudicar" trabalhadores e acusou o grupo de estar a fazer "um esquema" para "iludir o Estado".
"Mesmo nas épocas baixas, os hotéis nunca fecharam. Estes trabalhadores estiveram em 'layoff' nos últimos quatro meses e agora são-lhes apresentadas reduções salariais e de horários quando se regista aumento do número de clientes. O que está a acontecer é que clientes marcam para um dos outros quatro hotéis [que estão fechados], a reserva é aceita, mas já no Porto são encaminhados para o Ipanema Park", disse Nuno Coelho.
O Site-Norte também acusou hoje o grupo de não estar a garantir qualidade da limpeza, isto depois de ter rescindido com a empresa que prestava esse serviço.
"Colocaram motoristas e pessoal que trabalha na lavandaria [a fazer serviço de limpeza]. Põem em causa a qualidade do serviço, o nome do grupo e a saúde pública porque são pessoas muito bem intencionadas, mas sem qualificações para esse serviço", referiu Nono Coelho.
O Site-Norte acrescentou, por fim, que o grupo Fénix "continua a despedir no final do contrato todos os trabalhadores contratados a termo", frisando a "indignação" e "preocupação" das seis dezenas de trabalhadores.
A agência Lusa contactou o grupo Fénix para solicitar esclarecimentos, mas até ao momento não obteve resposta.