A governante, que participava em Évora na apresentação do ATL-100, o primeiro programa aeronáutico completo de Portugal, apontou este projeto como exemplo da diversidade económica que também existe no interior do país.
"São projetos como este que mostram ao país que o interior não é só a agricultura, não é só a floresta", porque essas atividades existem, mas o interior é também "ciência, tecnologia e empresas de ponta", argumentou.
O projeto ATL-100, que "está a ser desenvolvido para a construção integral de uma aeronave no Alentejo, desde o seu desenvolvimento até à sua industrialização, envolvendo Évora, Beja e Ponte de Sor, é um exemplo" de como se pode "ter ciência" e "tecnologia, envolvendo em rede os atores importantes do território", disse Ana Abrunhosa.
"Para os 'velhos do Restelo' que ainda dizem que no interior não há vida, que o interior está condenado, venham a Évora, venham ao Alentejo ver este projeto e aprender como se faz inovação de ponta em produtos de elevado valor acrescentado", desafiou a ministra.
A partir de Évora, do Parque do Alentejo de Ciência e Tecnologia (PACT), onde foi hoje apresentado o Programa ATL-100, que resulta de uma 'joint-venture' entre o CEiiA - Centro de Engenharia e Desenvolvimento de Produto e a empresa brasileira DESAER, para desenvolver, fabricar e operar uma nova aeronave ligeira, "vão produzir-se produtos para o mundo", destacou Ana Abrunhosa.
"A importância deste projeto na região é que estamos a falar de dezenas e dezenas de trabalhadores qualificados que vão trabalhar neste projeto e, depois, da capacitação que o próprio projeto vai ter na atividade económica, porque não vai 'viver numa ilha', vai precisar de fornecedores" e de "parcerias no território", realçou.
A fase de desenvolvimento do Programa ATL-100 vai ficar centrada nas instalações do CEiiA no PACT, onde foi hoje apresentado.
A nova aeronave ligeira a desenvolver, fabricar e operar a partir do Alentejo, implicando a construção de uma fábrica cuja localização ainda não está definida -- ou em Beja ou em Ponte de Sor -, vai ser multi-configurável, desenhada "para menores custos operacionais e maior sustentabilidade". e prevendo já uma futura "evolução para plataforma neutra em carbono", referiram os promotores.
O CEiiA e a DESAER estimam que o programa "tenha um impacto direto de 1.200 empregos qualificados" criados na região do Alentejo.