Taxa de desemprego no Brasil chega a 13,8% devido ao impacto da pandemia
A taxa de desemprego no Brasil foi de 13,8% no trimestre de maio a julho, atingindo 13,1 milhões de pessoas, o maior patamar da série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), iniciada em 2012.
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Economia Covid-19
O índice corresponde a um aumento de 1,2 ponto percentual face aos meses de fevereiro a abril, quando a taxa de desemprego no país ficou em 12,6%. Já em comparação com o mesmo trimestre de 2019 (11,8%) são 2 pontos percentuais a mais.
"A população empregada recuou para 82 milhões, o menor contingente da série. Essa população caiu 8,1% (menos 7,2 milhões pessoas) em relação ao trimestre anterior, e 12,3% (menos 11,6 milhões) frente ao período de maio a julho de 2019", frisou o IBGE.
Adriana Beringuy, do IBGE, explicou que as quedas no período da pandemia de covid-19 foram determinantes para os recordes negativos deste trimestre encerrado em julho.
"Os resultados das últimas cinco divulgações mostram uma retração muito grande na população ocupada. É um acúmulo de perdas que leva a esses patamares negativos", frisou.
Já a população fora da força de trabalho atingiu o recorde da série e chegou a 79 milhões de pessoas - mais 8 milhões em relação ao trimestre anterior e mais 14,1 milhões frente ao mesmo trimestre de 2019.
"A população fora da força aumentou muito, mas em julho, aumentou menos. Isso pode indicar um certo retorno das pessoas ao trabalho. Os movimentos ainda são discretos no comparativo com todo o período, mas é um indicativo", destacou Adriana Beringuy.
Já o contingente de pessoas desalentadas - que o IBGE classifica como aqueles que não procuraram trabalho, mas que gostariam de conseguir uma vaga e estavam disponíveis para trabalhar -, também atingiu recorde e agora soma 5,8 milhões de pessoas.
O IBGE apontou que a pandemia dificultou a busca por emprego e, com uma flexibilização cada vez maior das medidas de isolamento social adotadas no país, a tendência é que as pessoas voltem a procurar trabalho.
"Além de tirar o trabalho, a pandemia também impossibilitou sua procura, ou por conta das medidas restritivas, ou porque as atividades económicas estavam suspensas ou, ainda, por questões de saúde pessoal", afirmou Adriana Beringuy.
Já a taxa de informalidade, ou seja, de pessoas que trabalham de forma autónoma sem vínculo formal de emprego, entre maio e julho chegou a 37,4% da população ocupada (o equivalente a 30,7 milhões de trabalhadores).
No trimestre imediatamente anterior, a taxa foi de 38,8% e, no mesmo trimestre de 2019, de 41,3%.
O Brasil é o país lusófono mais afetado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo, ao contabilizar o segundo número de mortos (mais de 4,7 milhões de casos e 142.921 óbitos), depois dos Estados Unidos da América.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de um milhão de mortos e mais de 33,7 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
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