"De acordo com os dados disponíveis no momento, e não esperando que novas limitações da atividade económica, tais como aquelas que sucederam em março deste ano, tenham lugar, prevê-se que a taxa de desemprego global possa atingir os 10,2% no final do ano", referem os responsáveis pelo estudo em comunicado.
A Nova Information Management School (NOVA IMS), da Universidade Nova de Lisboa, e a COTEC Portugal, vão passar a a disponibilizar um conjunto de previsões mensais para a taxa de desemprego em Portugal, desagregadas por Regiões (NUTS II) e por Concelhos.
A informação destaca o comportamento esperado da taxa de desemprego nas regiões do Algarve, Lisboa e do Norte, onde a tendência negativa no emprego deverá ser mais evidente, atingindo a fasquia dos 11,4% na região do Algarve e com Lisboa e Norte a chegar aos 10,7% e 10,4%, respetivamente.
Em contrapartida, acrescenta, no Alentejo e na Região Centro a taxa de desemprego não deverá ultrapassar a barreira dos 10%, sempre abaixo da média nacional, mas ainda assim um valor muito elevado face à realidade anterior.
O modelo aponta para que, por concelho, em termos de desemprego, ocorra uma grande dispersão durante 2020.
"À semelhança do que se verifica com as regiões, se há concelhos onde a taxa de desemprego não deverá ultrapassar os 6% (Oleiros, Mêda, Melgaço, Ferreira do Zêzere) -- ficando muito abaixo da média nacional, outros há onde se prevê que a taxa de desemprego oficial possa ultrapassar os 30% (Albufeira)", refere.
Entre os 278 concelhos de Portugal continental, 11 deverão encerrar 2020 com uma taxa de desemprego superior a 20% - cinco dos quais situados na região do Alentejo -- Albufeira, Mourão, Moura, Sines, Murça, Monforte, Lamego, Moimenta da Beira, Barreiro, Barrancos e Moita", sinaliza.
De acordo com os dados divulgados na quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a taxa de desemprego aumentou em julho para 7,9%, mais 0,6 pontos percentuais do que em junho e mais 1,4 pontos do que no mesmo mês de 2019.
Segundo as estimativas mensais do desemprego do INE, os dados provisórios apontam ainda para que a taxa de desemprego (segundo o conceito da Organização Internacional de Trabalho) tenha continuado a subir em agosto para os 8,1%, mais 0,2 pontos percentuais do que no mês precedente, mais 2,2 pontos percentuais do que há três meses e mais 1,7 pontos percentuais do que há um ano.