Segundo o primeiro esboço do PRR hoje entregue em Bruxelas pelo primeiro-ministro, António Costa, à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e ao qual a agência Lusa teve acesso, o Governo prevê gastar 186 milhões de euros em investimentos em hidrogénio e gases renováveis, no âmbito da Estratégia Nacional para o Hidrogénio (EN-H2).
Estão ainda previstos 69 milhões de euros para a "potenciação da eletricidade renovável no arquipélago da Madeira", mais 116 milhões para a transição energética nos Açores, totalizando esta componente do plano entregue em Bruxelas 371 milhões de euros.
"Esta componente pretende apoiar o investimento, maioritariamente privado, no aumento da capacidade instalada em eletrolisadores para a produção de hidrogénio verde e gases renováveis, em estreita cooperação entre as autoridades públicas e os intervenientes dos diversos setores envolvidos", lê-se no PRR.
No documento, o Governo reconhece a "importância do hidrogénio verde", por, entre outros, "constituir uma solução para processos industriais intensivos, para o armazenamento de energia produzida através de fontes renováveis e para o surgimento de outros combustíveis de base renovável, como é o caso dos combustíveis sintéticos para o setor dos transportes marítimos e aviação".
O Governo aprovou, em 21 de maio, a estratégia nacional para o hidrogénio, que prevê investimentos de 7.000 milhões de euros "no horizonte 2030", levando a uma redução da importação de gás natural de 300 a 600 milhões de euros.
No mesmo dia, foi aprovado o Plano Nacional de Energia e Clima 2030 (PNEC), cuja primeira versão foi apresentada no final do ano passado e define as metas de redução de emissões (45% e 55%), de incorporação de renováveis (47%) e de eficiência energética (35%) até ao final da década.
O PRR resulta da "Visão estratégica para o plano de recuperação económica de Portugal 2020-2030" desenvolvida por António Costa Silva, a pedido do Governo e que recebeu mais de 1.100 contributos durante o processo de consulta pública.