O governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, afirmou, esta terça-feira, que os riscos de uma retirada prematura dos apoios criados no âmbito da crise gerada pela pandemia "parecem sérios", motivo pelo qual exigem "avaliações cautelosas".
"Com a incerteza elevada e a recuperação ainda fraca, os riscos de uma retirada precoce dos apoios parecem sérios, exigindo avaliações cautelosas. A modulação adequada das estratégias de saída deve levar em consideração a evolução dos desenvolvimentos sanitários, económicos e financeiros", referiu Centeno, numa intervenção na conferência Grande Encontro: Banca do Futuro.
O antigo ministro das Finanças deixou ainda a ideia de que o confinamento total não é solução: "Em muitos países a resposta à crise sanitária foi eficaz sem um confinamento total."
Além disso, refreiu que "distanciamento social não é sinónimo de confinamento", alertando que a "utilização de máscaras, a realização de testes e a identificação de surtos são substitutos muito eficazes. Devemos usá-los", atirou.
"A resposta em V 'quase perfeito' que a economia deu à redução parcial do confinamento deve ser lida como um alento para adaptarmos as medidas nesta fase, deixando a economia funcionar, sem perder de vista a nossa segurança", disse ainda o antigo ministro das Finanças.