O concurso tem como objetivo "avaliar o potencial hídrico e hidroagrícola do Vale do Tejo e Oeste através do regadio, com a captação, armazenamento, transporte e distribuição de água, com delimitação de regiões potencialmente irrigáveis, e análise dos impactos socioeconómicos e ambientais", refere o anúncio, publicado na terça-feira em Diário da República.
Os estudos vão decorrer durante um ano, depois de consignados.
O projeto vai abranger concelhos das regiões Oeste, Coimbra, Leiria, Beira Baixa, Médio Tejo, Serra da Estrela, Área Metropolitana de Lisboa, Lezíria do Tejo e Baixo Alentejo, distribuídas pelos distritos de Leiria, Lisboa, Coimbra, Castelo Branco, Setúbal, Santarém e Portalegre.
O projeto de regadio do Tejo é um investimento estimado em 4,5 mil milhões de euros, superior ao do Alqueva, no Alentejo.
Em 2019, fonte oficial do Ministério da Agricultura disse à agência Lusa que a tutela decidiu avançar com os estudos, apesar de o projeto ter sido apresentado pela sociedade civil, não possuir fontes de financiamento garantidas e "não se saber se há água, qual a relação custo/benefício e se é viável do ponto de vista ambiental".
No ano passado, foi também criada a + TEJO - Associação para a Promoção do Desenvolvimento Sustentável do Tejo para facilitar contactos com a tutela e com potenciais investidores e parceiros que queiram associar-se ao projeto.
O Projeto Tejo prevê regar com águas do rio Tejo 300 mil hectares de terrenos agrícolas, dos quais 240 mil no Ribatejo, 40 mil no Oeste e 20 mil em Setúbal.
Os especialistas acreditam que o Tejo poderá ter águas em permanência em quantidade e qualidade suficientes para satisfazer os vários usos, através da construção de açudes ao longo do rio e dos seus afluentes, de novas barragens, além das já existentes, de uma rede de distribuição, de reservatórios e de estações elevatórias e de bombagem.
Os açudes seriam rebatíveis no inverno, para não causar inundações e permitir a circulação de barcos.
O aproveitamento da água seria sobretudo para a agricultura, a produção de energia, para a pesca e aquacultura e para o turismo, ao tornar o Tejo navegável e com uma aposta no transporte fluvial.
O projeto visa combater a seca e os efeitos das alterações climáticas, que têm reduzido o caudal do rio no verão.
A Confederação dos Agricultores de Portugal apoiou o projeto, tendo em conta as necessidades de água que os agricultores daquelas regiões têm, e demonstrou preocupação por não ter sido incluído no Plano Nacional de Investimentos 2030.