"Os indicadores sobre o mercado de trabalho mostram algumas evidências marcadas pelo impacto da pandemia de covid-19", realça a Folha de Informação Rápida do Inquérito ao Emprego em Angola datada de 31 de outubro.
A publicação indica, por exemplo, que pessoas que nos trimestres anteriores foram classificadas como desempregadas e pessoas que efetivamente perderam os seus empregos devido à pandemia podem, neste trimestre, ser classificadas como inativas.
"A não-disponibilidade para começar a trabalhar, por motivos relacionados com a pandemia, pode levar ao acréscimo da população inativa", explica o INE de Angola.
A situação de Calamidade Pública que vigora até a data em Angola resultou no encerramento temporário e limitação na produção de bens e serviços, bem como restrições à livre circulação de pessoas e encerramento das escolas
No terceiro trimestre de 2020, as escolas continuavam encerradas e as instituições apenas trabalhavam com 75% dos trabalhadores, levando a que muitos trabalhassem a partir de casa.
A população desempregada em Angola aumentou 9,9% no terceiro trimestre, face aos três meses anteriores e 22% em termos homólogos, segundo os números divulgados pelo INE de Angola.
No terceiro trimestre de 2020, a população desempregada, estimada em 5,2 milhões de pessoas com 15 ou mais anos, aumentou 470 898 pessoas em relação ao trimestre anterior e soma mais 937 540 pessoas comparativamente ao trimestre homólogo,
A população empregada com 15 ou mais anos, ou seja 10,1 milhões de pessoas, registou um aumento de 3,7% relativamente ao trimestre anterior (mais 361 442 pessoas) e 1,8% em relação ao trimestre homólogo de 2019.
A taxa de emprego situou-se em 59,7% tendo-se verificado um aumento de 1,3% em relação ao trimestre anterior (58,9%) e uma diminuição de 2,0% relativamente ao trimestre homólogo (60,9%).
No terceiro trimestre de 2020 a população empregada, que esteve ausente no trabalho, foi estimada em 195 287 pessoas, o que representa cerca de 2% da população empregada. Cerca de 30,7% estiveram ausentes por um período até três meses e mais de metade (69,3%) por mais de três meses.
A principal razão para a ausência no trabalho foi essencialmente a pandemia de Covid-19, razão apontada por 68,9% dos empregados ausentes do trabalho.