"Na cidade do Porto, temos já cerca de duas dezenas de hotéis a encerrar, representando mais de 3.200 camas", disse, em entrevista telefónica à Lusa, o presidente da TPNP, Luís Pedro Martins.
O responsável fez um apelo ao Governo para que reforce as medidas de apoio aos empresários do setor da hotelaria e da restauração.
"Apelo ao Governo para que não deixe de continuar a apoiar estas empresas e que vá adaptando à medida que as circunstâncias também forem mudando. Isso é muito importante. Sendo que o objetivo principal é mantê-las ativas ou preparadas para entrarem em operação a qualquer momento e a outra é manter os postos de trabalho".
Luís Pedro Martins observou ser "necessário que existam medidas para que os empresários consigam manter os postos os postos de trabalho e para que consigam ter a sua atividade pronta a operar a partir do momento em que saiamos desta situação [de pandemia]".
O presidente da TPNP fez um segundo apelo, mas dirigido aos empresários e trabalhadores do setor, para que continuem a "acreditar" no potencial da região e para que continuem a recorrer aos "instrumentos de apoio para conseguir manter a sua atividade".
Luís Pedro Martins pediu ainda aos portugueses, aos "clientes nacionais", para que possam dar um contributo ao setor da qual dependem mais de 400 mil pessoas a nível nacional, para que utilizem os restaurantes, hotéis ou outros equipamentos do setor hoteleiro e da restauração, porque são "lugares muito seguros", mas "respeitando sempre as normas, porque é uma questão saúde".
O Hotel Dom Henrique, unidade de referência na Baixa da cidade do Porto, suspendeu "temporariamente a atividade hoteleira desde 01 de novembro devido à falta de turistas", confirmou hoje à Lusa o 'front-office' da estrutura.
Também o Hotel Infante Sagres, na Praça Filipa de Lencastre, está "encerrado temporariamente, devido ao contexto provocado pela pandemia covid-19 e medidas de prevenção da propagação do vírus", confirmou fonte oficial daquele unidade hoteleira, referindo que os hotéis do grupo The Yeatman, em Vila Nova de Gaia, e o Vintage House, no vale do rio Douro, no Pinhão, continuam a "operar normalmente".
Na cadeia hoteleira espanhola Eurostars, o Porto Douro, localizado na Avenida Gustavo Eiffel, encerrou na segunda-feira e o Hotel Exe Almada Porto, na Rua do Almada, fechou hoje, porque "não há turistas na cidade" devido à pandemia e às novas restrições do Governo, disse à Lusa um dos funcionários da receção do Eurostars Porto Centro Hotel, que ainda está aberto.
O Vila Galé Porto, localizado junto à estação de metro Campo 24 de Agosto, o Hotel Teatro, na rua Sá da Bandeira, o Hotel Inca, na Praça Coronel Pacheco, em Cedofeita, são outras unidade que optaram por encerrar este mês na cidade do Porto.
O Governo anunciou no fim-de-semana passado o recolher obrigatório entre as 23:00 e as 05:00 nos dias de semana, a partir do dia 09 de novembro e até 23 de novembro, nos 121 municípios mais afetados pela pandemia, sendo que, durante os próximos dois fins de semana, o recolher obrigatório se inicia a partir das 13:00 nos mesmos 121 concelhos.
Em 11 de outubro, e com o aproximar da época baixa para o turismo, questionada pela Lusa, a presidente da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), Cristina Siza Vieira, admitiu que havia alguns grupos hoteleiros que já tinham sinalizado a intenção de fechar algumas unidades devido à falta de procura.
Segundo uma estimativa rápida divulgada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), em 29 de outubro, a atividade turística não terá recuperado em setembro, tendo registado 1,4 milhões de hóspedes e 3,6 milhões de dormidas, o que corresponde a quedas de 52,2% e 53,4%, respetivamente.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.263.890 mortos em mais de 50,9 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.