"Segundo o Indicador de Resiliência Financeira criado pela Informa D&B já durante a pandemia, cerca de metade das empresas deste setor são resilientes", o que poderá ser "decisivo para enfrentarem a presente conjuntura", verificou a entidade que presta serviços de gestão de empresas, concluindo que o impacto da pandemia da covid-19 foi menor neste setor do que no restante tecido empresarial.
Por outro lado, 29% das empresas daquele setor apresenta uma resiliência mínima ou reduzida, segundo os dados que são apresentados hoje na Associação Industrial Portuguesa (AIP), num seminário promovido pela Associação dos Industriais de Panificação, Pastelaria e Similares de Lisboa.
De acordo com o estudo, um terço (34%) destas empresas apresenta um risco baixo de, nos próximos 12 meses, registar um atraso de pagamentos superior a 90 dias face aos prazos acordados a pelo menos um dos seus credores, enquanto 19% tem um risco médio/alto ou elevado de incorrer neste tipo de incumprimento.
Em relação ao Risco Failure - que reflete a probabilidade de, nos próximos 12 meses, uma entidade cessar a sua atividade com dívidas por liquidar - 52% das empresas do setor tem um risco reduzido ou mínimo, enquanto 45% registam um risco moderado ou elevado.
O setor da panificação e pastelaria industriais representa cerca de 25.000 empregos, distribuídos por 6.096 empresas, 80% das quais com menos de 10 empregados.
Destas empresas, 64% pertencem à panificação e 36% são fabricantes de bolachas, bolos e pastelaria industrial.
"Sendo um setor com grande quantidade de pequenas empresas, a sua capacidade para enfrentar o futuro próximo é muito variável", sublinhou a Informa D&B.
Em 2019, o volume de negócios do setor cresceu 3,5%, atingindo os 730 milhões de euros, e as exportações subiram 7,5%, para os 258 milhões de euros, com Espanha a representar mais de um terço (36%) deste valor.