O Governo apresenta, esta sexta-feira, às 12h00, a proposta do plano de reestruturação da TAP que prevê um apoio de 970 milhões de euros e que irá "garantir a viabilidade e sustentabilidade da companhia no médio prazo".
A apresentação dos detalhes do documento ficará a cargo do ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, e do secretário de Estado do Tesouro, Miguel Cruz, que darão uma conferência de imprensa esta sexta-feira às 12h00.
Num comunicado enviado às redações, no final de quinta-feira, os Ministérios das Finanças e das Infraestruturas e Habitação revelam que a proposta do plano de reestruturação "incorpora uma transformação significativa da operação da TAP", sendo que o objetivo é "garantir a viabilidade e sustentabilidade da companhia no médio prazo".
Ainda assim, sublinhe-se, a proposta será ainda discutida conjuntamente com a Comissão Europeia, "no contexto da crise pandémica que afetou o setor da aviação a nível europeu, com o Governo a apresentar a sua visão sobre o futuro da companhia aérea nacional".
Conforme sempre foi nosso compromisso, protegem-se as remunerações mais baixasCortes salariais à vista
Os trabalhadores da TAP terão reduções salariais de 25%, no âmbito do plano de reestruturação, ficando isentas de corte as remunerações base até 900 euros, informou o Conselho de Administração, numa carta a que a Lusa teve acesso.
"Conforme sempre foi nosso compromisso, protegem-se as remunerações mais baixas", segundo o presidente do Conselho de Administração, Miguel Frasquilho, e o presidente da Comissão Executiva, Ramiro Sequeira. A administração reconhece que se trata de "um plano muito duro e exigente, com as medidas laborais que já são do conhecimento de todos".
Despedimentos preocupam sindicatos
O plano de reestruturação da TAP prevê o despedimento de 500 pilotos, segundo a informação divulgada hoje pelo Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) após reunião com a administração, no final de novembro. A TAP integra atualmente um total de 1.468 pilotos.
O plano prevê ainda o despedimento de 750 tripulantes de cabine e 750 trabalhadores de terra, a redução do número de aviões que compõem a frota da companhia, ainda segundo números avançados pelos sindicatos.
Espera-se que sejam fornecidos mais detalhes sobre o plano de despedimentos na conferência de imprensa do Governo agendada para esta sexta-feira.
Ajudas à TAP podem ultrapassar previsões
O prazo para a entrega do plano de reestruturação da TAP à Comissão Europeia, condição dada por Bruxelas para aprovar o auxílio estatal de até 1.200 milhões de euros à companhia aérea, terminava precisamente na quinta-feira.
Porém, na terça-feira, o jornal ECO deu conta que a TAP precisa de mais 1,8 mil milhões até 2024, o que significa que a companhia aérea precisará de novos financiamentos, face aos previstos atualmente, até essa data. O Notícias ao Minuto questionou fonte do Ministério das Infraestruturas e Habitação sobre este montante, mas até ao momento não foi possível obter uma resposta.
Segundo administração, "cumpre-se, assim, a primeira etapa de várias necessárias para assegurar a sobrevivência, a viabilidade e o futuro da TAP, garantindo simultaneamente o maior número possível de empregos", referindo que "foram meses de trabalho intenso, envolvendo as equipas", às quais agradecem "o esforço, a dedicação e o empenho".