"O Governo tem que agilizar a resposta e não pode ficar, como tudo indica, à espera dos fundos comunitários [...]. Temos que agilizar algumas soluções e medidas de apoio. O Governo tem estado com muita cautela à espera dos fundos comunitários", afirmou António Saraiva, na apresentação 'online' de um inquérito desenvolvido com o Marketing FutureCast Lab do ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa.
Para este responsável, o executivo tem que ser "mais ousado" e comparar-se com outros Estados europeus, que têm "acudido de forma mais célere" a sua economia.
Apesar de ressalvar que as contas públicas exigem alguma sensatez, o presidente da CIP vincou que "a economia tem regras que não se compadecem com esta necessidade".
Entre 2021 e 2026, Portugal vai receber quase 13 mil milhões de euros em fundos comunitários, que vão dar resposta à crise económica gerada pela pandemia.
António Saraiva congratulou-se com as medidas lançadas até ao momento, mas lembrou que estas devem "ser rápidas, ter racionalidade e proporcionalidade", acrescentando que "rapidez é coisa que estas medidas não têm tido".
O também empresário notou que a complexidade das mesmas "tem morto alguma da realidade económica" e ameaçado a manutenção de outra.
Cerca de 83% das empresas consideram que os programas de apoio do Estado, para mitigar o impacto da pandemia, estão aquém do necessário, segundo o estudo da CIP.
"Na semana de 04 de dezembro, 83% das empresas considera que os programas de apoio estão aquém (ou muito aquém) do que necessitam", lê-se na análise, desenvolvida com o Marketing FutureCast Lab do ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa.
A opinião dos empresários face aos apoios do executivo manteve-se "estável", após o agravamento registado no mês anterior.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.612.297 mortos resultantes de mais de 72,1 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 5.649 pessoas dos 350.938 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.