"Nós esperamos que, no cenário central, a atividade económica atinja os valores pré-pandemia ao longo do ano de 2022. No final de 2022 esses valores terão sido atingidos, de acordo com esta nossa projeção", disse Mário Centeno aos jornalistas na apresentação do Boletim Económico de dezembro do BdP.
O BdP manteve hoje as previsões para a economia portuguesa em 2020, antecipando uma queda do Produto Interno Bruto (PIB) de 8,1%, de acordo com o Boletim Económico hoje divulgado, e para 2021 e 2022 espera um crescimento económico de 3,9% e 4,5%, respetivamente.
De acordo com o responsável máximo do BdP, a recuperação económica "ocorre repartida entre 2021 e 2022", em que "menos de metade" da mesma "será percorrida em 2021, e depois o restante será feito em 2022".
"O PIB, no final de 2021, estará 3,4% abaixo do final de 2019. Isto mostra bem o que a dinâmica intra-anual do PIB revela em 2021, porque o peso que 2020 - o quarto trimestre de 2020 - tem nessa dinâmica é muito significativo", explanou Mário Centeno.
Em termos de cenários de medidas políticas a nível europeu, Mário Centeno disse ainda que, sem querer "falar demasiado da política orçamental", "todos os sinais apontam para que a contemporização da implementação dos tratados orçamentais na Europa venha a ter em conta o atingir níveis de produção e de PIB, e também do 'gap' [hiato] do produto, anteriores à crise pandémica".
Mário Centeno concluiu a conferência de imprensa afirmando que deve ser mantido "otimismo face a essa coordenação [com as políticas nacionais] e ao desenho de políticas que têm de ser conjugadas entre países e ao nível europeu para responder à crise económica, e temos que fazer a nossa parte".
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