"O perfil de crédito da Nigéria reflete a crescente exposição do país aos choques orçamental e externo devido às finanças públicas muito fracas, que são limitadas pela base de receita muito estreita, que por sua vez é um constrangimento à consolidação orçamental", escrevem os analistas da Moody's numa nota sobre a economia nigeriana.
"No seguimento da contração da economia este ano, o défice vai manter-se elevado e, consequentemente, os níveis de dívida pública vão continuar a subir rapidamente, apesar de partirem de um nível moderado", acrescenta-se no texto, que dá conta que "as instituições e a moldura regulamentar fracas também prejudicam o perfil de crédito e afetam significativamente quer o crescimento económico, quer a robustez orçamental" do país mais populoso da África subsaariana.
A Moody's atribui uma nota de B2, abaixo da recomendação de investimento, com Perspetiva de Evolução Negativa, o que significa que é mais provável uma descida do rating do que uma subida da avaliação da qualidade do crédito soberano.
Entre os principais riscos políticos, a Moody's elenca o conflito com o Boko Haram, potenciais ataques à infraestrutura petrolífera na região do Niger Delta, e as crescentes desigualdades no rendimento.
Por outro lado, a parte positiva da análise de crédito aponta para a grande e diversificada economia, que é sustentada em "substanciais recursos de hidrocarbonetos e uma forte procura interna a médio prazo".