"Tudo depende do ritmo do crescimento económico. Se conseguirmos que haja crescimento da economia, pode haver menos sacrifícios, senão, estamos nas mãos dos credores", realçou o banqueiro, no âmbito da apresentação dos resultados de 2013.
Questionado sobre se considera, hoje, que tinha razão quando disse em tempos que os portugueses conseguiam aguentar mais austeridade, Ulrich considerou que a sua afirmação foi "uma verdade de "la Palice'" [uma evidência tão grande que se torna ridícula] face à situação vivida no país, numa altura em que o país "não se conseguia financiar sozinho" nos mercados internacionais.
"A dimensão dos sacrifícios não era uma questão de gosto, nem da capacidade de quem os sofre ou iria sofrer, mas a capacidade para fazer crescer a nossa economia ou negociar com os nossos credores", acrescentou.
Segundo o responsável, "a situação mudou radicalmente desde essa altura".
E deixou elogios aos esforços feitos nos últimos anos: "Portugal tem feito um trabalho notável que se reflete em várias frentes. Desde logo no reequilíbrio externo, mas também na consolidação das contas públicas e da melhoria da competitividade das nossas empresas".
Quanto ao futuro, Ulrich frisou que "há sempre uma série de riscos, de origem externa", especificando que "pode haver perturbações nos mercados ou noutros países".
Segundo o presidente do BPI, "há riscos políticos internacionais e riscos internos, também de natureza política".
Daí, defendeu, Portugal tem que "continuar a adotar um caminho de rigor para assegurar crescimento económico e melhoria das condições de vida dos portugueses, realçando que "é preciso disciplina".
Sobre a sua opinião acerca de uma saída do programa de assistência internacional à 'irlandesa' ou através do recurso a um programa cautelar, Ulrich repetiu que cabe aos governantes essa decisão, já que são eles que detêm o conjunto de informação necessária para escolher um caminho.