As consequências da pandemia de coronavírus têm sido desastrosas para milhões de pessoas. Por todo o mundo empresas e negócios fecham portas, pessoas ficam desempregadas e a pobreza cresce a um ritmo alarmante. As economias nacionais encaram o espectro da pior recessão desde os anos 30, ou possivelmente de sempre.
No entanto, um grupo bastante restrito de pessoas está num lado diferente da barricada, e os números mostram que a pandemia até foi benéfica.
De acordo com um estudo divulgado pela Oxfam, as dez pessoas mais ricas do mundo viram a sua riqueza combinada aumentar em 449 mil milhões de euros.
Um valor que, segundo a Oxfam, é o suficiente para vacinar contra a Covid-19 toda a população mundial e reverter a evolução fulgurante da pobreza causada pela pandemia.
A Oxfam acrescenta que a desigualdade gerada pela Covid-19 pode, pela primeira vez desde que há registo, levar a um incremento da desigualdade em quase todos os países do mundo, ao mesmo tempo.
“O vírus atingiu um mundo que já era profundamente desigual e sem ação urgente para fazer com que as nossas economias resultem para todos, as coisas vão ficar muito, muito piores”, sublinhou Danny Sriskandarajah, o líder da Oxfam Grã-Bretanha, em declarações ao The Guardian.
“Milhares de milhões de pessoas viviam no limite quando a pandemia começou e não tinham recursos ou apoio para para enfrentar esta temível tempestade. Em países em todo o mundo, vemos pessoas com dificuldades para alimentarem as suas famílias e manterem um teto sobre as suas cabeças, enquanto que é mais difícil conseguir um emprego remunerado. Ao mesmo tempo, um reduzido número de indivíduos encaixou mais dinheiro em nove meses do que poderá gastar numa vida”, prosseguiu o responsável da Oxfam, pedindo a intervenção dos governos.
“Estes factos são vergonhosos. Os governos não podem continuar a assobiar para o lado, têm de agir. Uma tributação de impostos justa sobre os mais ricos pode ajudar com a recuperação global, angariar mais dinheiro para combater a pobreza e ajudar a formar sociedades mais iguais”, reforçou o dirigente da Oxfam Grã-Bretanha.
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