Economia de São Tomé e Príncipe cresceu 3,1% em 2020

A economia de São Tomé e Príncipe cresceu 3,1 por cento em 2020, com um aumento das receitas internas na ordem de 3,3%, contra os 2,2% do ano anterior, segundo o Ministério do Planeamento, Finanças e Economia Azul.

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Lusa
11/02/2021 16:34 ‧ 11/02/2021 por Lusa

Economia

São Tomé e Príncipe

Num relatório a que a Lusa teve hoje acesso, refere-se que este crescimento foi sustentado pelo aumento dos investimentos públicos e pagamento das dívidas às empresas, que não se verificava há mais de três anos.

O documento sublinha ainda que em 2020 foi registada também uma melhoria na balança comercial na ordem dos 10%, face a 2019, e um aumento no consumo, graças ao apoio dado aos trabalhadores e famílias afetadas económica e financeiramente pelo impacto da pandemia de covid-19.

Esta melhoria do desempenho da economia tem a ver com o aumento das exportações em 24%, sustentado fundamentalmente pelas exportações de óleo de palma, produzido pela empresa AGRIPALMA, e por outro lado, com a diminuição das importações em cerca de 8%, influenciada essencialmente pela queda nos preços dos produtos petrolíferos no mercado internacional que originou uma redução do seu valor na importação em cerca de 28% em 2020.

O executivo reconhece que apesar desses resultados positivos a balança comercial "continua sendo deficitária".

De acordo com o mesmo relatório, em 2020, a taxa de inflação registada foi de 9,4% contra 7,7% de 2019.

Uma "variação impulsionada pelo aumento dos preços observados nos bens alimentares, resultantes da grande afluência das populações na procura destes bens a partir de abril de 2020, como consequência do estado de emergência seguido do confinamento decretado pelas autoridades nacionais em março de 2020, com vista a combater a covid-19", explica o relatório.

Relativamente ao aumento de 3,3% das receitas internas, o Ministério do Planeamento, Finanças e Economia Azul destaca "as receitas provenientes do diferencial de preços de produtos petrolíferos, do imposto sobre consumo de produção local, onde se inclui a cervejeira Rosema, e do alargamento da base tributária, resultado da dedicação dos técnicos de setores que arrecadam receitas".

"Face ao nível de receitas internas arrecadadas e à monitorização das despesas públicas com o rigor que era necessário, permitiu que o défice primário fosse de 4,7%, ao contrário de 6,3% previsto pelo Fundo Monetário Internacional (FMI)", sublinha o documento.

O executivo garante que conseguiu arrecadar receitas que permitiram "o pagamento de salários da administração pública, durante os anos de 2019 e 2020, sem recorrer ao crédito bancário" e realizou investimentos públicos em 2020, acima de 33 milhões de dólares (27 milhões de euros), o que representa um crescimento de 41% comparativamente ao ano anterior.

Ainda no mesmo relatório, o Governo diz que pagou mais de 48 milhões de dólares (quase 40 milhões de euros) de dívida nos últimos dois anos.

Essas dívidas são com os fornecedores e credores nacionais e internacionais, sendo 26 milhões (21,4ME) correspondentes a dívidas contraídas até 2018 e 22 milhões (18ME) dos compromissos contraídos entre 2019-2020, já pelo executivo liderado po Jorge Bom Jesus.

As reservas internacionais líquidas (RIL) corresponderam a quatro meses de importação num total de 55,6 milhões de dólares (45,8 milhões de euros), valor que, de acordo com o relatório, não se verificava há alguns anos.

No âmbito de apoio ao setor privado, o Governo criou uma linha de crédito bonificado no valor de 3 milhões de dólares (2,47 milhões de euros) com taxas de juros entre 3,5% e 5%.

Esses desempenhos contaram com a colaboração dos parceiros multilaterais (FMI, Banco Mundial, Banco Africano do Desenvolvimento, União Europeia, Agências das Nações Unidas, incluindo o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola) e parceiros bilaterais como China, Angola, Japão, Portugal, Canadá, França, Guiné Equatorial, Gabão e Gana.

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