"A AEP chegou à conclusão de que as prioridades do PRR [Plano de Recuperação e Resiliência] estão trocadas. O foco deveria estar na iniciativa privada, pois só desta forma é possível assegurar uma resposta social robusta e duradoura, que apoie a criação de riqueza e emprego", apontou, em comunicado, a associação.
Citado no mesmo documento, o presidente da AEP, Luís Miguel Ribeiro, sublinhou que a resiliência "está nas empresas privadas e não no Estado", que não corre, "por natureza", situações de insolvência e tem o apoio "mais abrigado".
Para a associação, o plano está "muito aquém" do que a economia precisa, lamentando que apenas um terço do total de subvenções esteja alocado às empresas.
"A AEP reconhece que existem áreas de investimento público que devem ser reforçadas, claramente o SNS [Serviço Nacional de Saúde], mas também os serviços de maior relacionamento com as empresas, que permitem reduzir custos de contexto muito penalizadores para a competitividade da economia, mas recorda que não se pode esquecer que só conseguimos distribuir riqueza se a criarmos", lê-se no documento.
A AEP propõe ainda um conjunto de medidas para o PRR, como a capitalização das empresas com "apoios imediatos e diretos à liquidez", apoios a fundo perdido para a manutenção do emprego, reindustrialização da economia e aproveitamento eficiente dos investimentos na digitalização da administração pública para operar uma "verdadeira reforma do Estado".
Os empresários defendem também que se deve privilegiar a compra de bens e serviços de empresas nacionais e instaladas em Portugal, bem como a execução dos investimentos previstos no plano no que se refere às infraestruturas.
O PRR, que está atualmente em consulta pública, tem um período de execução até 2026 e prevê um conjunto de reformas e investimentos para alavancar o crescimento económico face ao impacto da pandemia de covid-19.