O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, vai presidir, a convite do primeiro-ministro, António Costa, ao próximo Conselho de Ministros temático sobre as florestas, que se realiza em Monsanto, Lisboa, na quinta-feira.
"O Governo anunciou a realização [...] de um concelho de ministros extraordinário, dedicado à floresta, em que poderão ser anunciadas medidas relativas ao setor, sem que previamente tenham sido ouvidas as estruturas sindicais que representam os trabalhadores do setor", apontou, em comunicado, a Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS).
No documento, a federação sindical, que representa guardas florestais e vigilantes da natureza, lembrou que qualquer alteração estrutural que o executivo venha a adotar vai ter reflexos na ação destes trabalhadores.
Por outro lado, a FNSTFPS considerou ser "indispensável" que, entre as medidas a adotar, se inclua a melhoria dos estatutos profissionais dos guardas florestais e vigilantes, bem como dos direitos laborais e das condições de trabalho, pontos que, segundo os sindicatos, o Governo tem recusado adotar.
"A FNSTFPS reafirma assim, a sua exigência de que quaisquer medidas adotadas pelo Governo sobre a floresta que diretamente impliquem com o futuro profissional dos guardas florestais e dos vigilantes da natureza, deverão ser previamente negociadas com os representantes dos trabalhadores e continuará a lutar para que este direito fundamental se concretize", vincou.
Na semana passada, a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) também criticou, em declarações à Lusa, a realização de um Conselho de Ministros dedicado às florestas, sem antes ouvir o setor, apelando ao Presidente da República, que não promulgue automaticamente o que for decidido na reunião.