São Tomé e Príncipe disse ao FMI que vai aplicar IVA a partir de julho

As autoridades de São Tomé e Príncipe comprometeram-se junto do Fundo Monetário Internacional (FMI) a implementar o Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) em meados de julho para aumentar a receita fiscal e equilibrar as contas públicas.

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Lusa
04/03/2021 18:58 ‧ 04/03/2021 por Lusa

Economia

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"No que diz respeito à receita, as autoridades esperam que a receita tenha um desempenho melhor devido às contribuições de solidariedade, à implementação do IVA a partir de meados de julho de 2021, e a uma política fiscal que desde 2019 apoia a mobilização da coleta interna", lê-se nos documentos disponibilizados na sequência da segunda revisão do programa de assistência financeira ao arquipélago.

"Os preços dos combustíveis nas estações de serviço vão continuar inalterados para reduzir a dívida dos subsídios aos combustíveis", acrescenta-se na declaração assinada pelo diretor executivo para o país, em representação das autoridades do país.

Uma exigência do FMI, a lei do IVA entrou em vigor em São Tomé e Príncipe no início de 2020 e a sua aplicação estava prevista para 01 de março do ano passado, mas as autoridades adiaram a medida, argumentando com as dificuldades causadas pela pandemia de covid-19.

A recuperação económica, acrescenta-se no texto, "está em curso, mas os riscos abundam", entre os quais são enunciados o atraso no processo de vacinação, uma pandemia mais prolongada e dificuldades na contenção do surto de covid-19, bem como dificuldades no ajustamento orçamental e nas reformas no setor da energia".

Caso os riscos se materializem, "as autoridades tomarão medidas adicionais", afirmam.

A direção do FMI aprovou a 26 de fevereiro a segunda revisão do Programa de Financiamento Ampliado, desembolsando mais 2,73 milhões de dólares, ultrapassando um total de 10 milhões de dólares, recomendando a introdução deste imposto este ano.

No documento, o FMI recomenda a introdução do IVA este ano e a contenção de dinâmica de crescimento da despesa com a administração pública, defendendo que "existe uma necessidade premente de implementar reformas estruturais abrangentes que facilitem o investimento privado e desenvolvam o setor do turismo, como melhorar o sistema nacional de pagamentos".

"A direção do FMI completou hoje a segunda revisão ao Programa de Financiamento Ampliado para São Tomé e Príncipe, permitindo o desembolso imediato de cerca de 2,73 milhões de dólares [2,26 milhões de euros], o que eleva o total já recebido ao abrigo do Programa para cerca de 10,3 milhões de dólares [8,53 milhões de euros]", lê-se num comunicado divulgado então.

"As ações das autoridades e o apoio financeiro internacional sem precedentes estão a ajudar o país a combater a emergência, mas os profundos desafios económicos ainda persistem", escrevem os técnicos do Fundo na nota, que argumenta que o programa de ajuda financeira "continua a apoiar os esforços do Governo na restauração da estabilidade macroeconómica e redução das vulnerabilidades da dívida para criar os alicerces de um crescimento económico mais forte e mais inclusivo".

O programa do FMI foi aprovado a 2 de outubro de 2019 e prevê uma ajuda financeira de 18,1 milhões de dólares, quase 15 milhões de euros, no seguimento do aumento decidido durante a primeira avaliação do programa, em julho do ano passado.

Leia Também: Covid-19: Moçambique pediu para adiar discussões sobre ajuda financeira

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