Novo Banco: "Felizmente" relatório Costa Pinto pôde ser partilhado

O diretor de supervisão prudencial do Banco de Portugal (BdP), Luís Costa Ferreira, congratulou-se hoje com a partilha do relatório Costa Pinto com os deputados, após o PCP ter questionado sobre o seu sigilo.

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Lusa
12/03/2021 14:13 ‧ 12/03/2021 por Lusa

Economia

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"O relatório não podia ser divulgado, ele está sujeito às regras de dever de segredo, que foram alteradas e felizmente permitiram a partilha a esta comissão de inquérito, muito recentemente, desse próprio relatório, e que aliás estamos a discutir", respondeu hoje ao deputado Duarte Alves (PCP) na comissão de inquérito sobre o Novo Banco.

O parlamentar comunista tinha questionado se era "ou não verdade que o dr. Luís Costa Ferreira foi um dos defensores da não publicitação do relatório Costa Pinto", que avaliou a ação do BdP até à resolução do BES.

"É uma decisão que não me compete a mim, não sou eu que delibero sobre essas matérias", referiu o responsável.

"Entendo que o relatório, como referiu o dr. João Costa Pinto, por não ter sido objeto de contraditório, que só poderia ser naturalmente exercido previamente à sua conclusão, porque era a única forma de garantir o princípio da paridade e igualdade no sentido de serem ouvidas todas as partes, e incluir as opiniões dessas partes na versão final relatório antes de ser fechado, como não foi concluído tem uma versão apenas dos seus autores", considerou ainda.

Mais tarde, à deputada Sofia Matos (PSD), Luís Costa Ferreira disse que teve acesso ao relatório quando voltou ao BdP, em 2017, - de onde tinha saído para PwC - tendo feito sugestões e notas sobre o mesmo, e tendo sido implementadas mudanças na supervisão.

Pelo CDS-PP, a deputada Cecília Meireles disse que no relatório "havia pouco crédito em incumprimento" no BES, mas "porque era sucessivamente reestruturado", permitindo aos devedores pagamentos 'bullet' (de uma só vez) em anos posteriores.

"É isto tudo que começa a aparecer em 2014, 2015, 2016 e 2018. É o incumprimento todo que na realidade e materialmente já existia muito antes destes anos mas já estava registado", questionando a parlamentar do CDS-PP Costa Ferreira como é que as avaliações do BdP não detetaram o problema.

"Apesar, de facto, da crise ter iniciado mais cedo, isso não significa que os seus efeitos, em particular no setor produtivo, se tenham materializado de imediato, alguns foram mais dilatados no tempo", respondeu.

Sobre as imparidades acumuladas, "essa não é uma circunstância específica do Novo Banco", com os três bancos mais significativo a registar 15,4 mil milhões de euros de imparidades entre 2014 e setembro de 2020 para fazer face as perdas de um conjunto de créditos, alguns deles comuns", sendo uma questão "transversal ao sistema bancário" com pico em julho de 2016.

Pela Iniciativa Liberal, o deputado único João Cotrim Figueiredo insistiu na questão da saída de Luís Costa Ferreira para a consultora PwC, dizendo "não ter memória" de ter havido um parecer da comissão de ética do BdP para a sua contratação de volta ao departamento de supervisão prudencial.

Leia Também: Comissão de inquérito. Novo Banco nomeia Carlos Brandão como porta-voz

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